Costuma-se dizer que quando nasce uma
criança, nasce uma mãe. No primeiro filho esta é uma verdade acachapante, com
todas as coisas absolutamente novas a se aprender, sensações jamais vividas
antes e uma gama enorme de situações cotidianas que precisam ser administradas.
Para os filhos que vêm depois também se muda muito, se é uma nova mãe, lidando
por um lado com situações já conhecidas, mas por outro experimentando novos
desafios. O nascimento de um filho representa uma maravilhosa onda de emoções
que mais se assemelha a um tsunami. E é em meio a tudo isto que decisões
importantes precisam ser tomadas.
Nos dias atuais as mulheres conquistaram a
possibilidade de optar por ter ou não sua prole, quando e como. Multimulheres
que são, encaixam no seu vasto rol de tarefas aquela que certamente é a maior
de todas: a maternidade. E por ironia do destino, ou equívoco ingênuo, essa
mulher multiinteressada é tomada pelo papel capaz de consumir todos os outros,
literalmente, e o que era mais uma função, passa a ser a paixão preponderante.
É natural não querer se afastar da cria, sendo comum a sensação de que o
período de afastamento do trabalho é insuficiente. Por conta disto muitas
mulheres decidem parar de trabalhar quando decidem ser mãe. Tomar esta
importante decisão requer planejamento exaustivo e extrema convicção do que se
quer.
A dedicação exclusiva aos filhos é muito
recompensadora e indubitavelmente gera
uma sensação de dever cumprido, além de facilitar o fortalecimento dos laços
familiares. Do ponto de vista prático também é interessante, pois com esse
tempo é possível conhecer e interferir mais na rotina das crianças. Mães que
optam por este período de afastamento também vivenciam melhor as transformações
físicas do puerpério. Aproveitar a parada para ter mais filhos pode ser uma
opção, e só retomar as atividades depois de um tempo maior. Mulheres que seguem
nesta direção podem se considerar privilegiadas, e verdade seja dita, poucas
têm condições financeiras para tal, sem falar que o trabalho em si pode lhe
fazer falta.
Em geral essa saída do mercado de trabalho é
programada para ser temporária, contudo por vezes este período se estende além
do que se imaginou inicialmente, quer por dificuldade de saber a hora certa,
quer por percalços na reinserção funcional. De qualquer modo, voltar a
trabalhar depois de alguns anos pode ser bastante difícil, e este caminho
íngreme precisa ser trilhado com muita consciência. Se aquele planejamento lá
atrás tiver sido bem dimensionado, o afastamento poderá ser o ideal para cada
uma e o retorno ao trabalho mais facilitado. Mulheres que perdem o tempo de
retorno frequentemente se deparam com uma questão até cruel; descobrem-se
defasadas para a função que costumava ocupar. Afastamentos mais curtos, por um
a dois anos, tendem a ser mais seguros em relação a isto. Dar uma pausa na
carreira até os filhos crescerem pode ser mais complicado no que diz respeito
ao retorno. É importante pensar no futuro, lembrar de que os filhos crescerão e
essa mãe exclusivamente dedicada à família poderá experimentar uma sensação de
vazio muito grande. O casamento, por sua vez, fica vulnerável em certa medida e
é imprescindível contar com o apoio do parceiro nesta empreitada.
Seja qual for a decisão tomada, depende de cada uma, das expectativas que tenha em relação à vida e ao trabalho, das questões econômicas, enfim, do modus operandi de cada arranjo familiar. Não há regras. O fundamental é estar bem consigo mesma.
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