domingo, 7 de agosto de 2016

NA CORRERIA

Parece uma extensão de tudo que vivo no dia-a-dia; correr já é normal para nós mortais na vida moderna. Essa velocidade acabou alimentando uma paixão pelo asfalto e corrida de rua devagarzinho foi entrando em minha rotina.  

São muitos os benefícios da corrida e o que me chama a atenção no geral é o bem-estar físico e mental. Acredite; é uma forma de terapia, um momento de encontro consigo mesmo, seus potenciais e seus limites. Seja sozinho ou acompanhado, seja na rua ou na esteira, a satisfação é crescente. Esse bem-estar vem ainda nas amizades que vão nascendo desta paixão em comum e do convívio com pessoas de todos os tipos. Portanto a corrida, como o esporte em geral, é enormemente uma forma de socialização, até por ser uma atividade física muito democrática. Talvez isso por si só já explique porque as corridas continuamente ganham tantos adeptos. Comprovadamente há também os benefícios físicos concretos, como a redução da gordura corporal quando aliada a uma dieta apropriada, melhora do perfil de colesterol e dos níveis de pressão arterial, maior capacidade cardiovascular, melhor qualidade do sono, além de auxílio na osteoporose.

Claro que tudo tem pelo menos dois lados, riscos podem vir, sejam de lesões osteoarticulares, desidratação e sobrecarga, sobretudo quando se pratica a atividade sem a devida orientação. Aqui entra uma questão que se relaciona à individualização que se precisa fazer em qualquer modalidade esportiva, quer como lazer, quer como terapia. Apesar de bastante democrático como já foi dito, cabe dizer que não precisa ser para todos, uma vez que depende da capacidade e das condições físicas de cada um, dos seus objetivos, e porque não dizer do estilo. É importante respeitar seus limites, sobretudo das questões de saúde que possam influenciar nesta prática. O ideal muitas vezes é começar se movimentando da maneira que dá, com caminhadas, e sem esquecer de ter uma avaliação médica precedendo o início delas.

Uma vez nas ruas, a vontade de ir mais longe, de superação pessoal irremediavelmente vem. E me veio. Me mobilizando tanto, que vou embarcar numa empreitada cheia de alegrias; a minha primeira meia-maratona. Obviamente requer cuidados e disciplina, tema para um próximo papo, mas com certeza muito enriquecedor. Para isso escolhi minha terrinha querida, a Bahia, numa corrida cheia de significados, que me levará entre dois símbolos maravilhosos em Salvador, pontos turísticos lindos; o Farol de Itapoan e o Farol da Barra. Então agora é reta final e sebo nas canelas!

domingo, 8 de maio de 2016

E no dia das mães...

UM AMOR IMENSO

Sempre repito que dia das mães é todo dia.

Nem me lembro de onde ouvi essa frase.

Fato é que todas as nossas relações se desenrolam dia-a-dia, e com a maternidade não é diferente, só que tingida com cores mais fortes, do amor que sentimos pelos nossos filhos,  do peso da responsabilidade pelo seu bem-estar, da culpa pelo pouco tempo que passamos com eles, da alegria de sermos recebidos com o abraço mais sincero, da cotovelada no meio da noite quando invadem nossa cama, das horas velando seu sono febril, do olhar cuidadoso para ver se estão respirando, das horas mal dormidas.

Mesmo assim, se há um dia em que todos lembram disso; é hoje.

Então, fazer de conta que não reparou nas carinhas sapecas escondendo o segredo do presente comprado com o papai, ser acordada com aqueles sorrisinhos, receber na cama o café da manhã e flores certamente muda o dia e o faz especial.

Impossível não sentir uma força descomunal e dizer que tudo vale a pena; a correria para chegar na escola no horário, as broncas para almoçarem direito, as noites fazendo tarefa de casa, os jantares românticos que não tivemos. Porque aprendemos tanto com os filhos, mais do que imaginamos ensinar, por nos tornarem melhores – aprendemos aos poucos recuperar um tempinho para nós mesmas, a otimizar o pouco tempo juntos, a driblar a rotina e dar uma escapada a dois, a entender que estaremos sempre lá, mesmo sendo mulher, profissional, filha e todos os outros papéis que a mãe a maior parte do tempo deixa para trás.


Sim, a mãe é a primeira a cruzar a linha de chegada nessa marotona nossa de cada dia, mas o bom mesmo é a comemoração final com todas as outras faces que nos habitam, mantê-las em sintonia e equilíbrio, cada uma com sua recompensa peculiar – sentir-se recompensada por ser uma filha presente, por ser uma mulher  plena , por ser uma amiga fiel ou por ser bem sucedida na carreira. São essas faces que nos enriquecem e nos alimentam, que nos tornam mais interessantes, possibilitam termos experiências para trocar, sobretudo com os filhos, são o que nos tornam exemplos a seguir. É o jeito de nos sentirmos inteiras no papel mais importante.  

Tudo para no final reconhecer que a recompensa desse amor imenso é a maior de todas.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O ENCONTRO DO VÍDEO DE IVETE COM A ENTREVISTA DE LÁZARO

                        

  O vídeo viralizou (para usar o atualíssimo jargão da rede mundial de computadores). Não tardou em virar música. Ivete Sangalo, supostamente dando uma bronca no marido por estar este conversando demoradamente com uma desconhecida, repercutiu no primeiro dia do ano. Nenhuma surpresa, já que tudo referente a ela transborda na mídia e nas redes sociais. O interessante deste episódio é que a avalanche de depoimentos de mulheres fazendo coro, apoiando e se identificando com a cantora foi enorme. Vi mulheres das mais diversas classes e profissões se colocando no lugar dela ou mesmo sentindo-se representadas. O ocorrido reafirma a posição da estrelada artista no imaginário coletivo - com sua humanidade todo o tempo enfatizada. E isso certamente a aproxima do seu público. a alcunha de Diva Pop lhe cai bem justo por esta relação tão natural. Verdadeiro ou não, o pretenso pito no maridão, reagir como alguém normal, é mais um ponto em favor de sua merecida admiração, tão genuína por traduzir um comportamento de uma mulher real. Mais que isso, a torna alguém em quem se espelhar, já pelas qualidades conhecidas e por essa capacidade de ser gente acima de tudo. É este o tipo de ídolo que pereniza.

  É neste ponto que entra Lázaro Ramos, artista de qualidades igualmente reconhecidas, em entrevista a programa que aliás lhe prestou homenagem, o "Grandes Atores" em meados do ano passado. Em dado momento declarou ele esforçar-se em manter suas origens, seus amigos e seus hábitos antes da fama como forma de não se deslumbrar com a popularidade. Tal deslumbramento, um dos riscos do sucesso (sim, há os dois lados da moeda), ameaça a sanidade do indivíduo. Sob pena de esquecer quem é e incorporar um ser inventado, inexistente, o artista (ou qualquer pessoa com notoriedade) pode acabar se distanciando dos predicados de gente de carne e osso. Este depoimento diz muito sobre o que Lázaro representa enquanto cidadão, profissional e personalidade em quem tantas pessoas também se espalham. É fruto de sua formação, e por consequência de seu engajamento nas diversas questões sociais, além de seu amadurecimento, seja pessoal, seja profissional.

  A interpretação do público e a percepção de quem simboliza características admiráveis são tão simples; já dizia Fernando Pessoa - "...estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo?". Cada um a seu modo, Lázaro Ramos e Ivete Sangalo mostraram de forma consonante a importância de ser verdadeiro. E mais uma vez ratificam o porquê, além de seu talento, arrastam multidões. Autenticidade é de fato um trunfo valioso na arte e na vida.