terça-feira, 26 de junho de 2012

HABILIDADES MANUAIS



Já pensou em fazer algo você mesmo? Colocar as mãos na massa como se diz por aí? Pois é, muita gente diz não possuir habilidades manuais, mas tenho pensado que tudo depende do estímulo.

A psicomotricidade é estudada há muito tempo. Sabe-se que durante o desenvolvimento da criança as habilidades vão sendo adquiridas aos poucos e que a qualidade e velocidade deste aprendizado estão diretamente relacionados aos estímulos externos. No contexto da educação infantil isto está atrelado a oferecer diversidade de experimentações, sejam elas sonoras, táteis ou visuais. Já na escolha do quarto do bebê se pode promover um ambiente enriquecedor, seguindo-se para a escolha dos brinquedos e utensílios. É através da motricidade que a criança descobre o mundo. Alguns autores postulam que a educação psicomotora condiciona o processo de alfabetização pois leva a criança a tomar consciência do seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, dominar seu tempo e adquirir coordenação dos seus gestos e movimentos. Para a alfabetização a educação psicomotora é muito importante uma vez que ajuda na concentração e na distinção entre letras e sílabas (Molinari e Sens, 2002).

Ao chegar na vida adulta a maioria de nós desenvolveu o básico, ficando aqueles premiados criativos com uma habilidade manual incrível, capazes de transformar coisas às vezes simples e sem graça em pequenas obras de arte. Estes aí estão no topo da pirâmide, têm o que se costuma chamar de jeito para as coisas. Aos demais não resta apenas o desespero – é possível, com estímulo certo, fazer coisas bacanas. A necessidade também costuma ser um incentivo forte. As mulheres, em especial conseguem adquirir estas habilidades mesmo quando não lhe são inatas, talvez por um pouco mais de paciência e detalhismo do que a maioria dos homens. Outro dia uma amiga disse: "deixa eu ter um filho que vocês vão ver se eu não fao um monte de coisinhas!" Engraçado é que a maternidade é mesmo muito estimulante. São quartinhos decorados com primor, roupinhas originais e toda sorte de badulaques. se for mãe de menina, aí a imaginação corre solta.  Daí a sair inventando convites de aniversário, decorando mesas de guloseimas e criando as mais criativas lembrancinhas é um pulo.

Tudo isso para dizer que não existe ninguém incapaz de realizar. E produzir algo fruto de sua capacidade de criar é uma sensação maravilhosa. Então, mãos à obra! 

domingo, 17 de junho de 2012

SUSTENTABILIDADE – O QUE VOCÊ TEM COM ISSO?


Nesta semana em que ocorre a Rio+20, conferência mundial sobre o meio ambiente, que leva esse nome por seguir o racional da conferência intitulada Eco92 (ocorrida também no Rio de Janeiro há 20 anos), borbulham discussões sobre as questões ambientais e temas correlacionados. Dentre estes, o tema sustentabilidade é sempre recorrente, às vezes parecendo algo bem distante, conversa de ecochato ou ecoxiita, ou até mesmo palavrório governamental sem conteúdo. Deste ponto a questionar o que de fato cada indivíduo tem com isso é um pulo. Talvez esse seja o ponto crucial para toda e qualquer mudança: conhecimento. E o questionamento é de onde se origina todo conhecimento.

O termo sustentabilidade foi alcunhado pela primeira vez em 1987 pela norueguesa Gro Brundtland, e é descrito como “suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades.” Equivale a dizer que o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades do presente não pode comprometer as gerações futuras, por isso, mais do que nunca, pensar em sustentabilidade é pensar nos filhos e netos, pois o aumento da população mundial e com ela o consumo exagerado, faz com que efeitos deste mal uso de recursos naturais chega cada vez mais precocemente. E não há como apostar que se trata de falácia. Aos olhos de todos está a escassez de água, os racionamentos de energia elétrica e as mudanças climáticas. A sustentabilidade se faz com três pilares; o social, o ambiental e o econômico, e portanto não adianta pender radicalmente para um deles; é preciso que os três convivam em harmonia e lucrem com as ações para que estas sejam consideradas sustentáveis. Conclui-se então que não se trata de uma guerra entre os setores citados, querer barrar o desenvolvimento das economias mundiais, e sim planejar-se para fazê-lo de maneira a manter o equilíbrio entre as partes.

Vinte anos se passaram e muita coisa não saiu do papel, muito ficou apenas no campo das idéias, mas a mentalidade das pessoas com certeza mudou, e hoje mais e mais cidadãos comuns se preocupam com as questões do meio ambiente em sua vida cotidiana. Ações concretas podem não ter acontecido no volume e velocidade desejados, contudo percebe-se um movimento francamente positivo, a exemplo do Código Florestal brasileiro, que a parte as controvérsias e polêmicas, além do jogo de interesses, revela uma mudança genuína de pensamento. Houve recente campanha que ficou conhecida como “Veta , Dilma!”, para tentar sensibilizar o poder público a vetar questões que foram modificadas na câmara, o que para os militantes ambientalistas viria a favorecer enormemente os latifundiários. Depois de passar pelo gabinete da Presidência da República algumas coisas foram de fato vetadas, não se alcançou a satisfação de todos os segmentos, mas enfim é um documento. Firma compromisso com um tema urgente. O site g1.com.br publicou recentemente diagrama a seguir, bastante esclarecedor do que representa este código florestal e do que foi vetado pela Presidência da República.







Quando se fala no uso dos recursos naturais com responsabilidade refere-se a preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais. Segundo o engenheiro escocês Michael Shaw, “o pico do uso do petróleo está nos levando a uma cultura de sustentabilidade, na energia, na produção de comida, nos transportes e na forma com lidamos com nossos resíduos”. Esta cultura, se introspectada, fará cada indivíduo mudar seu modo de agir, desde dentro dos lares até o consumo consciente, passando por exigir de seus legisladores e governantes tal tipo de compromisso. Atitudes como fechar as torneiras enquanto escova os dentes ou se ensaboa, apagar as luzes dos cômodos que não estão sendo usados, trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes (são um pouco mais caras, mas têm maior durabilidade e economizam até 60 % de energia), verificar o consumo o baixo de energia dos eletrodomésticos, dá destino correto ao lixo, pilhas e baterias de celulares, verificar a procedência daquilo que compra (usar papel reciclado e objetos de madeira de reflorestamento são formas de diminuir a necessidade de extração de recursos naturais) e racionalizar o seu transporte são formas de dar uma contribuição individual ao processo.

Além desse manejo do uso direto dos recursos naturais através da racionalização dos mesmos, há um ponto delicado nos dias de hoje, de consumo desenfreado; o consumo consciente. O Instituto Arayara, que mantém um portal com sugestões para se pensar a sustentabilidade (http://www.sustentabilidade.org.br), destaca importante trecho sobre este tópico -  “a sustentabilidade está relacionada aos modelos dos sistemas de produção e de mercado, que respondem livremente às demandas da sociedade. Havendo procura, haverá oferta. Portanto, as escolhas do consumidor podem definir um caminho na direção de um modelo que devasta o meio ambiente e gera desigualdade social ou de um modelo mais harmônico com as leis da vida. Poucos se dão conta desta relação sistêmica e de sua responsabilidade individual na hora de escolher um produto qualquer”. 

Está respondido o que você tem com isso? 


segunda-feira, 11 de junho de 2012

E AGORA, O QUE DIZER?


Todo mundo repete que criar não é fácil. No dia-a-dia você até que percebe o quão delicada é a missão, mas existem aquelas situações emblemáticas em que você tem que se posicionar e tal posição vai servir de referência crucial para seu filho. Exemplo disso é quando outra criança bate em seu filho. Não tem como não ficar chateado. Primeiro impulso depois de acalentar o seu é saber o que os pais do outro fizeram para coibir. Depois de saber as versões dos fatos, visto que o seu estava inocente na história, você se pergunta se está criando alguém demasiado pacato e que poderá virar um “saco de pancadas”. E agora, o que dizer?

Há muito tempo, mas talvez ainda mais nos dias atuais, a violência é uma preocupação para pais e educadores. A cultura da não-violência figura como importante pilar nas estratégias contra a criminalidade por entender que fomentar uma relação interpessoal pacífica é fator fundamental nesta busca. Tal cenário torna no mínimo delicada a tarefa de ensinar os filhos a se defenderem das agressões físicas que possam vir a sofrer.

Ensinar uma criança a se defender passa por aspectos diversos relacionados à sua postura diante dos seus pares, e inclui as situações de agressão física. Esta questão remete aos casos denominados atualmente como bullying, e levanta a dúvida sobre sua ocorrência caso as vítimas estivessem mais preparadas. Trata-se de autoconfiança e autoestima elevados, coisas que podem e devem ser estimuladas em casa. Muito antes de focar na situação concreta de defender-se de uma agressão, deve-se focar na aceitação das diferenças, nas possibilidades de convivência harmoniosa com as outras crianças, de não ser o agente da violência. Ainda vale a máxima de que violência gera violência, portanto deve-se deixar bastante claro que é melhor privilegiar o diálogo em detrimento de sair para o ataque. Por outro lado é importante ensinar a criança que ninguém tem o direito de agredí-la física ou moralmente, e consequentemente ensiná-la como se comportar se isso acontecer. Se defender não quer dizer tornar-se um valentão ou espancador, e sim evitar ser agredido, saber se colocar. Esse diálogo entre pais e filhos exige cautela porque corre-se o risco de apenas incitar mais violência. Para as crianças menores, que por todo tempo estarão sob supervisão de um adulto pronto a intervir, poderá ser mais fácil aprender a se impor verbalmente, deixando claro que não aceita dada agressão. A resposta do outro é uma forma de colocar limite, e o adulto precisa mostrar que existem consequências para tais atos. A forma como o adulto lida com situações semelhantes vai falar muito mais alto do que qualquer discurso vazio. 


No dilema em questão a resposta depende de cada situação particular, nível de agressão, frequencia com que ela acontece e idade das crianças. É preciso ficar atento a comportamentos repetidos e ciclos viciosos. Muitas atitudes podem ser tomadas: orientar a o"oferecr a outra face", orientar a não revidar e deixar claro que a situação o incomoda e é inaceitável (apenas o discurso funciona ou o coleguinha só será reprimido sabendo que ali não vai achar moleza?)Quem sabe o caminho do meio – se coloque contrário à agressão, não resolva seus problemas na base da violência, mas se te atacarem revide? (tipo “dou um boi para não entrar numa briga, mas uma boiada para não sair dela”). Resta trazer a pergunta de volta: e agora, o que dizer?