Ah ... o casamento... união
voluntária de duas pessoas de onde
se estabelece uma família. E lá se vão 15 anos, Bodas de Cristal.
Casamento não é fácil. No começo é muito querer e vaga noção do que será
o convívio. Depois todos os sentimentos e expectativas vão sendo postos à prova
e a longevidade vem para quem entende que envolve ceder, moderar, aceitar e
muitas vezes procrastinar, mas felizmente também envolve amor, dedicação, parceria
e cumplicidade. Sempre os dois lados - sou eu reclamando que você não me ouve,
que só faz as coisas quando quer e que precisa ter mais atitude – é você
reclamando que sou intempestiva, que tenho reações exageradas e que não sei
lidar com as frustrações. E são justamente os contrastes que nos permitem nos
completar. Por sorte vem junto eu dizendo o quanto você é carinhoso, marido
dedicado e pai presente, e você a elogiar minha garra, determinação e o enorme coração.
Somos nós no nem sempre doce esforço de
manter a velha chama acesa.
A rotina frequentemente é uma armadilha, mas o engraçado é que de alguma
forma ela nos conforta. É claro que o friozinho na barriga não existe mais, o
sabor das surpresas do desconhecido, a expectativa dos primeiros encontros. Agora
entra em cena nossa capacidade de transformação, de dar um passo adiante e
valorizar o amor das calmarias que pode e deve ser apimentado aqui e ali, basta
querer estar junto e cultivar a sintonia. Até porque, chegam as crias e outro
tipo de amor passa a transbordar na casa, aflora o melhor de nós, e fica mais
complicado se pensar homem e mulher, pois somos invadidos pelo pai e pela mãe,
viramos mais família, uma construção que quisemos para nós.
A verdade é que o tempo tem sido nosso amigo; nos ensinou a conhecer um
ao outro, e sobretudo a saber o que esperar um do outro. Talvez o segredo, se é
que existe, more exatamente neste ponto; nas expectativas dotadas do real e do
concreto, longe do fantasiado um dia. Isto
permite, dentre outras coisas, que saibamos onde pisamos, e possamos compor
nossas histórias pessoais, preservando interesses individuais, assim mantendo
infinitas possibilidades de trocas entre nós e enriquecendo nossa relação.
Nem tudo são flores, as ausências existem, para o bem e para o mal (e
hoje tenho a impressão de que soubemos tirar proveito delas), mas nos
fortalecemos e chegamos até aqui. E reconheço em nós a alta qualidade e
transparência do cristal. Que venham as características de todos os outros
materiais que denominam as bodas – prata, rubi, ouro, diamante...sigamos
equilibrando os diversos papéis, mantendo ativa a curiosidade mútua, a
capacidade de rir junto, um do outro e um para o outro, entendendo as entrelinhas
e as meias-palavras, secando as lágrimas que venham a cair, por tristeza ou por
felicidade, afinal o combustível que nos move é o amor.
Doc, que sabias palavras..: escritas para vocês mas q se encaixam em tantos outros casais!! Parabéns pelas bodas! E que a vida a dois fique cada vez mais leve e feliz!!!
ResponderExcluirDani,
ExcluirDemorei, mas cheguei aqui...kkkkk! Beijão, amiga!