sexta-feira, 29 de abril de 2011

ERA UMA VEZ...



Nestes tempos de tanta violência e notícias catastróficas, acaba surgindo um sentimento de angústia meio que coletiva. Mães jogando recém-nascidos no lixo, adolescentes entrando armados nas escolas, violência contra a mulher (fiquei chocada com uma reportagem sobre um homem que arrancou a bochecha da ex-namorada), homofobia (leiam excelente texto de Leandro Fortes http://brasiliaeuvi.wordpress.com/2011/04/19/a-trincheira-de-jean-wyllys/ ) e toda a sorte de agressão interpessoal e intolerância. As pessoas se perguntam o que o destino reserva para esse mundo louco, para seus filhos, enfim, para a humanidade em geral. É nesta hora que se respira fundo e se encontra motivos para seguir em frente.   

Ver o mundo através dos olhos de uma criança é a melhor forma de enxergar o que a vida tem de mais maravilhoso. Um destes momentos estou vivenciando agora ao lado da pequena Catarina, encantada que está por ver príncipes e princesas de carne e osso. Nesta ocasião o mundo faz uma pausa para o conto de fadas – Príncipe William e Kate Middleton se casam. Naturalmente é uma pausa para o sonho; para se pensar que é possível ser feliz para sempre, que existe sim magia nesta existência e que vale a pena manter um sorriso no rosto.

Talvez toda a tradição revivida hoje na Abadia de Westminster deva servir como estímulo para lembrarmos que existem valores que jamais devem ser abandonados, fundamentais para que caminhemos com respeito e retidão. Que a pontualidade britânica também seja bem vinda, em tudo; nos compromissos e nas promessas.  Que a euforia do povo britânico seja um exemplo de como se pode renovar as esperanças em qualquer situação.

Não deixa de ser um momento em sintonia com nosso tempo, em que as mulheres não são mais “amélias”, mas ainda lutam por direitos a conquistar, revelado na subtração do juramento de obediência ao marido pela noiva real. Representa a mulher de hoje, antenada, independente e segura de si e apesar de não receber o título, aos olhos do mundo é uma princesa, e como tal faz parte de uma elite e influencia milhares de garotas por onde quer que vá. Sintonia também por ser um destaque da diversidade, em que uma plebéia entra para a nobreza e os discursos giram em torno do amor e da tolerância (diferente do tempo em que se preocupavam em conclamar a perpetuação das nobres castas).

Os contos de fadas podem até se modernizar, a exemplo dos novos filmes “A Princesa e o Sapo” e “Enrolados”, porém a essência do sonho infantil, que lá no fundo todos nós preservamos (e é bom que seja assim), permanece dando forças para batalharmos pelos nossos objetivos. Este sentimento precisa ser cultivado não apenas no campo pessoal, mas em nosso convívio social para que ele seja mais harmônico e possamos dar destaque a outro tipo de manchetes nos jornais. 

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