quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

MOTIVO DA AÇÃO - MOTIVAÇÃO


GUEST POST

De autoria de Nonato Costa, reflexões da maturidade.




Há muito penso a respeito de como a motivação perante a vida influencia a forma como a encaramos. Algumas situações parecem ter um peso enorme para uns enquanto para outros é como se fosse brincar de viver, de desafiar... Um amigo sempre me dizia: “Cara, tudo depende da sua motivação”. Hoje mais uma vez realizo que ele estava certíssimo! Nossas vidas mudam bastante. Particularmente, minha rotina praticamente virou pelo avesso nos últimos anos. Do mundo mais fácil e dito previsível para uma ciranda louca envolvendo saída de casa, nova cidade, novo trabalho, novo parceiro, nascimento de filho, perda de pai...ufa! Tantas coisas! Isso me atentando apenas aos fatos principais. Pois então, em diferentes situações, a questão da forma de encarar as coisas, mesmo às vezes um pouco esfumaçada pela velocidade dos acontecimentos, esteve presente como “Àgua mole, pedra dura. Tanto bate até que fura”. Branda, quase imperceptível, mas incessante. Agora, com uma suposta calmaria, pelo menos enquanto novo turbilhão não chega, consigo focar mais na tal motivação. Procuro sempre curtir as situações. Penso no que estou vivendo, extraio as coisas boas e percebo que há uma razão para tudo. Aliás, tudo tem sua hora certa de acontecer. Vivo aberto, sem estresse, "na maresia", como se diz na minha amada Salvador. Olhos abertos, vezes fechados “viajando”, sonhando e acreditando que no final dá tudo certo! E, parodiando o palhaço Topetão (meu filho adora!), se não deu certo é porque o final ainda não chegou!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

CINZAS DE UMA QUARTA-FEIRA

inglesecultura.blogspot.com




“É tão difícil olhar o mundo e ver o que ainda existe, pois sem você meu mundo é diferente, minha alegria é triste!”

Esta frase me é um tanto recorrente, parte de uma canção dos áureos tempos do Rei, simboliza bem um sentimento ora conflituoso que trago nesses dias de festa e animação. Como aqueles que se foram estão sempre em nossa memória, é comum vir à tona uma lembrança nos momentos de alegria, como em pleno Carnaval, no meio da folia, principalmente quando quem partiu também era súdito de Momo. Daí a mistura de emoções.

Pode ser uma música, um filme ou até mesmo uma palavra solta, qualquer coisa serve de gatilho para uma avalanche de recordações. E você ali, às vezes com tanta gente ao redor, contudo absolutamente sozinho, mergulhado em si mesmo, numa solidão só sua. Como é possível alguém tão importante repentinamente não estar mais ali, você meio que paralisado em sua dor, e tudo em volta continuar no mesmo ciclo circadiano de sempre.

Em geral tento fugir da palavra culpa, mas ela também teima em vir à minha mente. Um pensamento que invade feito uma sombra e que é na verdade um questionamento interno: como ainda ter alegria quando se viveu uma tristeza tão profunda? Considero uma coisa natural, não há mesmo como e não se deseja esquecer, então o melhor que fazemos é cultivar as boas lembranças, aquelas que nos acalenta.

Mais difícil para uns, menos penoso para outros, a verdade é que o luto é uma apropriação absolutamente individual. Apesar disso uma coisa é fato; a vida segue em frente. E com ela surgem todas as alegrias, decepções, dificuldades, altos e baixos. Aquela pessoa com quem vivemos uma relação de tanto carinho certamente estaria feliz por nos ver bem. As pessoas que ainda nos cercam e que nos motivam merecem nosso sorriso aberto. É em nome desse desejo que tocar em frente se torna possível, mais que isso, necessário, mesmo nas cinzas de uma quarta-feira.