segunda-feira, 28 de maio de 2012

PROTEÇÃO AOS FILHOS - ATITUDE SAUDÁVEL VS COMPORTAMENTO PATOLÓGICO



Como dizem por aí, “na prática a teoria é outra”. Muito já foi dito sobre o quanto a superproteção pode ser prejudicial ao desenvolvimento das crianças, o quanto este comportamento as impede de vivenciar questões importantes para o seu amadurecimento e o quanto contribui para que se tornem adultos inseguros. Consigo facilmente identificar casos extremos, porém  existe uma gama de situações intermediárias que guarda uma linha divisória bastante tênue. Qualquer pai ou mãe deseja o melhor para o seu filho e muitas vezes nesta ânsia a barreira entre atitude saudável e comportamento patológico é ultrapassada. Mas como discernir o limite entre ambos?

Proteger os filhos é uma obrigação. Cuidar de sua integridade física e emocional, guiá-los no aprendizado do convívio social e ensiná-los a ter limites são formas de proteção. As concepções do que é importante para formar um ser humano íntegro sofrem interferências dos diversos tipos de arranjos familiares, mas em linhas gerais partilham os mesmos princípios. O outro lado que é a proteção física, também preocupa muito, e é bastante óbvia. A gente fica com um medo enorme das quedas quando estão aprendendo a andar, depois se cerca de cuidados ao escolher o transporte escolar (ou por outra acha que o mais seguro é levar no próprio carro), repete as mesmas recomendações duzentas vezes antes de deixa-los viajar com a turma, e assim por diante. Quando olhamos um mundo de tanta violência e falta de civilidade, crianças expostas a tantas ameaças, centenas de casos de pedofilia, é impossível não introspectar a sensação de que o perigo mora ao lado. Quem consegue ser cem por cento do tempo controlado e não ter nenhum comportamento no mínimo exagerado? Confesso que muitas vezes penso que é melhor pecar por excesso.

Especialistas apontam que o traço patológico aparece quando por mais que cuide do filho, o indivíduo mais teme que algo de mal lhe aconteça. O pai superprotetor tenta retirar os obstáculos do caminho dos filhos na intenção de tornar suas vidas mais fáceis. Por outro lado cobram muito dos filhos. Forma-se então, uma relação viciada, criando pequenos tiranos despreparados para a vida.

É no meio desta discussão que de vez em quando dou uma pirada. De novo: na prática a teoria é outra. Virou moda apontar erros na educação, afirmar que os pais modernos criam seus filhos em verdadeiras redomas. Para ser franca, acho mesmo que tenho que poupar minhas filhas de certos dissabores. Claro que sempre há o dilema; realmente raciocino que em dadas situações o mais enriquecedor para elas  é ser entregue ao ambiente relativamente hostil e dessa forma deixa-las aprender com seus próprios erros e acertos. Deixá-las experimentar para fazer seu próprio juízo das coisas, para se fortalecer mesmo diante das adversidades. Criar seres humanos com vocação para a felicidade é uma meta ambiciosa, mas quero seguir com ela. Talvez porque ainda estejam muito pequenas me sinta até confortável em oferecer minhas asas, mas vislumbro o futuro de duas adolescentes e depois duas mulheres e o quanto vou saber ir soltando as amarras?

Por fim, após refletir bastante sobre o assunto, não tenho resposta pronta, vou aprendendo à medida que as questões me são impostas. Percebo que felizmente ou infelizmente não existem fórmulas e que vou ter que ir tateando essas situações aos poucos. O que resta é me agarrar ao bom e velho bom senso (com perdão do trocadilho). Entre erros e acertos espero poder dizer que tudo valeu a pena.

sábado, 19 de maio de 2012

COMO SUBIR NO LUSTRE COM AS CRIANÇAS NO QUARTO AO LADO?




Uma decisão importante: casar. Muitos prós e alguns contras, mas com certeza curtir seu amor a toda hora é uma coisa que estimula bastante a dar tamanho passo. Pois é, vocês achavam que seria sexo todos os dias, de diversas modalidades, em todos os cômodos do novo apartamento (mesmo pequenininho, era todo de vocês). No começo até que deram um gás, mas como diriam os mais velhos, “tudo demais é sobra; e a sobra ninguém aproveita”. Não aproveitou, êis que o eixo gravitacional do casamento mudou. Provavelmente o instinto materno falou mais alto (sim, porque o instinto paterno, se vier, vem a reboque) e vocês decidiram que era hora das crianças chegarem.

Parênteses para a hora das crianças chegarem: para a maioria dos casais ter filhos é coroar a relação, e as crianças quando vem de fato preenchem uma lacuna que você sequer sabia existir. Com relação ao instinto paterno, se não é algo tão nativo como nas mulheres, em troca dá lugar a um amor tão imenso quanto, que nasce junto com os filhos. Tudo isso para dizer que as coisas mudam completamente. Fecha parênteses.

Sexo agora é uma verdadeira obra de estrategista; tem que observar bem  o horário do sono REM  da criança, verificar se as portas estão fechadas, manter os ouvidos mais atentos do que os de um perdigueiro e ao mesmo tempo se concentrar no outro, e mais importante de tudo; estar sempre pronto para sair correndo.

Diante de tal situação, como subir no lustre?

Simplesmente não se sobe. Arruma-se uma forma de "soltar suas feras" menos acrobática, mais silenciosa, e muitas vezes mais rápida. O desafio é preservar o mesmo entusiasmo de antes e neste ponto a cumplicidade é determinante. Quando o amor existe tudo é transponível e essa fase do casamento é vivida até com bom humor; as crianças inevitavelmente vão crescer. E sempre há espaço para umas saídas furtivas na noite e pequenas viagens de fim de semana. Nesta hora o lustre é todo de vocês.


domingo, 6 de maio de 2012

MULHER, CASADA, COM FILHOS PROCURA





A mulher encerra o dia de trabalho e planeja voltar para casa, dar uma atenção para a família e depois, mesmo que adentrando a madrugada, fazer pequenas tarefas e ter momentos para si; coisas pessoais, como mandar um e-mail, ler uma revista, terminar a lembrancinha do aniversário da caçula e se dar uma massagem com seus cremes noturnos. Só não contava ser vencida pela realidade dos fatos: superpoderes não existem, nem mesmo na multimulher.
 
Imagine a cena: chegou em casa, brincou com as crianças, fez a lição de casa, conseguiu colocar uma para dormir, deu o leitinho da outra, e sempre tem aquela criança notívaga que estica a conversa até mais tarde. Quando finalmente está sozinha percebe que está quase sem energia, mas estica a corda pelo menos para terminar aquele trabalho que trouxe para fazer em casa. O máximo que consegue depois é tomar uma ducha quente para tentar descansar, quase não tem coragem de passar os tais cremes, massagem nem pensar. E eis que cai na cama morta de cansada e é parcialmente ressuscitada por um “oi, meu amor”, bem descansado naquela mesma cama há horas.
 
Essa mulher, comumente encontrada nos lares a fora, corre o dia todo se dividindo entre as tarefas profissionais e domésticas. Algumas, talvez privilegiadas, podem voltar para almoçar com os filhos ou deixa-los na escola, e assim já ir mantendo a conversa em dia, além de se inteirar dos últimos acontecimentos. As que não podem se ausentar do trabalho observam a casa de longe e mantêm-se presentes através de ligações telefônicas. Seria cômico se por vezes não beirasse a tragédia, bem à moda de “mulheres à beira de um ataque de nervos”. Mas há sempre a recompensa por suas escolhas; se saber cumprindo com seu papel, desfrutando a alegria em família e valorizando o que realmente importa na vida.
 
Todas estas mulheres vão, ao seu modo, tentando equilibrar os pratos, verdadeiras artistas que são e seguem se reinventando a cada dia numa busca insana e interminável: mulher, casada, com filhos procura...TEMPO!