sábado, 25 de junho de 2011

QUASE QUARENTA

Sentar para bater um papo com as amigas é uma delícia, com as da época de faculdade então, pode ser uma grande armadilha do tempo. É inevitável que surjam conversas sobre tudo que se viveu, crie-se o hábito de rememorar as baladas antigas, contar histórias vividas pelos colegas, lembrar das viagens e de antigos amores. Mesmo parecendo se repetir, essas conversas sempre ajudam a entender um pouco do que somos, e daí a sensação de que tudo foi ontem. Não sentimos que o relógio desandou a correr e quando uma das amigas diz que estamos com quase quarenta a revolta é geral. Quarenta, não! Trinta e poucos.

A conversa corre solta e da faculdade já se passa a falar dos primeiros empregos, do trabalho atual, enfim de como anda o mercado de trabalho. Cada qual seguiu um rumo distinto e trocar experiências também é importante. Alguns anos de formados também fazem as expectativas se modificarem e forma como cada um lida com os desafios profissionais serve de parâmetro para o outro. Consequentemente o assunto agora já será o que cada uma anda fazendo nas horas vagas; é aula de canto, curso de pintura, dança de salão, pelo menos até alguém dizer que não está fazendo nada, afinal as crianças não deixam. Ah, as crianças! Este é um capítulo à parte onde a história dá um salto de muitos casamentos e algumas separações, de um momento que as famílias começaram a crescer, foram muitos chás de cozinha, visitas à casa nova sentadas em almofadas, encontros nas maternidades, até chegar ao ponto em que praticamente só se encontram nos aniversários dos filhos. Ufa! Com um roteiro desses como é que nega os quase quarenta?

O tempo realmente passa e reconhecer as mudanças que isto trás nem sempre é tranquilo, porém a determinada altura da vida se encara com um olhar até afetuoso. Sim é possível se orgulhar da idade que se tem, da ruga marcando a trajetória (algum colega dermatologista ou cirurgião plástico pode dar um jeito nisto) e dos anos que se viveu. E aquela amiga está lá para declarar que não troca o hoje pelo ontem de jeito nenhum, pois tudo que é agora, o que conquistou e a sensação de estar plena não têm preço. E o bom é poder dizer estas coisas umas às outras sempre.

domingo, 12 de junho de 2011

AS IDADES DO AMOR



De tudo ao meu amor serei  atento. Na poesia de Vinícius encontro esteio para falar de amor, que é um conjunto de coisas; afeição, paixão, desejo, bem estar e satisfação, enfim algo sem fórmulas. O amor que une duas pessoas que se escolheram nesse mar de possibilidades que é a vida. É falar de encontros, já que muitas vezes parece que a vida escolheu por nós de tão inusitada que é aliança.  

O amor jovem, dado mais aos arrobos, é cheio de incertezas, permeado pelas descobertas mútuas. Tem muito de inocente, atraindo para si decisões que àquela hora parecem definitivas. Não sabe ele que o tempo é capaz de mudar tudo veloz e radicalmente, transformando o que era imenso em quase nada. Dizer eu te amo parece grande demais, mas não é nada desprezível. É nele que começamos a passar por experiências fundamentais para o resto de nossas vidas e adquirir a capacidade de reconhecer o amor que virá adiante. Há possibilidades de esse amor que começou em idade tenra prossiga com o mesmo par, porém inevitavelmente sofrerá transformações (boas e ruins) para chegar ao amadurecimento.

Amadurecer não significa que perdeu o encanto, pelo contrário poderá ser ainda mais avassalador uma vez que agora já se tem mais certezas. Os próprios personagens a esta altura já cresceram. Se juntos desde o amor jovem, é uma vitória, contudo encontrar um novo amor nesta etapa pode se revelar uma grande descoberta. Ter independência para ser pleno numa relação a dois, ser agora influenciado pelas questões profissionais, poder ampliar seus conflitos para outras esferas tornam possível dizer eu te amo com todas as letras. O sentimento tem menos de inocência, porém não perdeu sua capacidade de surpreender e aquele friozinho na barriga sempre vai surgir. Tem muito mais de sexual do que antes, até por ter mais liberdade. Aqui muito provavelmente a batalha deixará de ser a dois e sofrerá o impacto da chegada dos filhos. É um momento importante para não se deixar distanciar e manter-se sintonizado com o outro, mas o amor adulto resiste por saber que essas mudanças fazem parte do caminho natural a percorrer.

Amor maduro deve ser aquele que passou por tanta coisa, junto ou separado, que torna os laços entre duas pessoas quase que indissolúveis. Não há como se dizer ainda inocente, mas guarda uma capacidade de entender o outro, conhecer seus limites e saber o que esperar que é singela. Muito da paixão já terá sido substituído por uma calmaria confortável, o que não equivale a dizer que perdeu a graça.  Novos desafios aguardam quem chega a esse ponto, e a redescoberta de si e do outro pode ser tão prazerosa quanto antes. Poder ser enfim inconseqüente, já que muito já se vivieu e se sabe até onde pode ir. Prescinde daquela insegurança de outrora e já não é atingido pela corrida cotidiana. É bem verdade que o corpo quase nunca acompanha o pensamento, porém se isto vale para os dois, uma harmonia sempre se estabelece. Ainda que haja um descompasso entre as idades dos parceiros o mais novo poderá se beneficiar da experiência do mais velho, e este da energia do primeiro. Dizer eu te amo pode finalmente ser pura verdade.

Enfim, citando mais uma vez Vinícius de Moraes, que não seja imortal posto que é chama, mas que consigamos viver o amor em todas as idades da melhor forma e possamos sentir que verdadeiramente valeu à pena. 

ANIVERSARIANTES DE JUNHO


UMA PÁGINA MUSICAL RELÍQUIA DE PARABÉNS PARA:
DANIEL BURGOS
ISADORA BURGOS
DANIELA REQUIÃO
VIVIANE BOAVENTURA
PEDRINHO OLIVEIRA
JOÃO PEDRO BOA MORTE
SIFREDO SAMPAIO
SEU CACÁ MENDES
ANTONIO PERNA
DIOGUINHO
E TODOS OS ANIVERSARIANTES DO MÊS (SE LEMBRAR MAIS, CITAREI)

domingo, 5 de junho de 2011

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO



Estima-se que este ano serão sete bilhões de habitantes no planeta, trazendo ainda mais preocupação sobre como conseguir uma harmonia com a natureza e reduzir o impacto  dessa ocupação sobre o meio ambiente. Há muitas coisas que vão mudando aos poucos, às vezes somos surpreendidos por mudanças bruscas, porém mudanças conscientes de comportamento são muito difíceis. Exige obviamente força de vontade, mas sobretudo uma compreensão clara de que aquilo é absolutamente necessário. Neste ponto já se apresentam inúmeros sinais de que urge uma postura mais proativa, sendo a modificação do estilo de vida um dos principais pilares dessa nova ordem com o consumo sustentável no centro de tudo.

O termo consumo sustentável tem origem no que se conhece como desenvolvimento sustentável, divulgado inicialmente na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Trata-se de reorientar os padrões de consumo e fazer um uso mais consciente do que a modernização proporciona nos dias de hoje. É aqui que cada indivíduo, com pequenas ações no cotidiano pode atuar – será que todo mundo pensa na quantidade de água que utiliza para escovar os dentes, tomar banho ou lavar o carro? Preocupa-se em apagar a luz ao sair de um cômodo? Recicla papel, ou joga diretamente no lixo? Nas compras leva só o que precisa, ou dá vazão a compulsão e ao apelo da publicidade por produtos supérfluos? Prefere as frutas locais e da época para diminuir o consumo de  agrotóxicos e o impacto  do transporte intercontinental? Prepara comida suficiente para o próprio consumo, ou faz excesso e joga fora? Conversa muito, chata? Não! Apenas exemplos de que ações corriqueiras e inocentes se potencializam e trazem repercussões indesejadas.

Não se trata de discurso vazio, e sim da constatação de que determinadas atitudes são essencialmente nocivas para a natureza, e porque não dizer, para o bolso. Pode parecer complicado ou mesmo excessivo, mas é importante lembrar que a natureza não é uma fonte inesgotável de recursos. Basta pensar no planeta como pensamos em nosso lar, com aquela responsabilidade de cuidar e proteger. Comece de algum  ponto, mínimo que seja; reveja sua rotina e institua hoje algum novo hábito. De repente é uma sacola retornável na bolsa, é usar madeira de origem adequada, preferir produtos de empresas alinhadas com a sustentabilidade, ou ir a pé para a padaria. É uma reação em cadeia, à medida em que vai passando entre as pessoas, principalmente trazendo esses conceitos para a rotina das das crianças. Aproveite este Dia Mundial do Meio Ambiente e as diversas ações que muitas entidades farão hoje e dê um passo.

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