sábado, 28 de agosto de 2010

Agosto mês de desgosto?




Ninguém sabe explicar o porquê, mas o fato é que o mês de Agosto é mundialmente apontado como um período agourento. Agora que chegamos ao final do mês posso dizer que é um mês até simpático, representado pelo oito, número do infinito . Não posso concordar porque afinal é meu mês de aniversário e de mais tantos outros (em sua maioria leoninos, e por falar em signo mês passado foi o níver de uma das minhas cunhadas leoninas, Carol Mendes) amigos que conhecemos. Dia 12 faz aniversário minha grande amiga, cunhada, comadre e tudo de bom Lalá. Dia 28 tem o adorável língua afiada também sogro Herbert Steiger. E entre um e outro, vários amigos dos tempos da faculdade (Marcos Araújo, Fabrício Primitivo, Larissa Rocha, Francine ...se lembrar de mais alguém me corrijam), amigos ainda mais antigos (Tárcia, Hosana, Lara...) e personalidades como Jorge Amado, Louis Armstrong e Caetano Veloso.

É por conta desta fama de agourento que o período dá vazão a todo tipo de superstição – imaginem o que não foi este ano na sexta-feira 13 de Agosto. Comemora-se nele o Folclore (por sinal, exatamente no meu níver). As lendas brasileiras carregam nas tintas a paisagem de Agosto – é caipora, Saci-Pererê, bôto e muito mais. Esta área também é divertida já que alimenta a imaginação de adultos e crianças, dando uma forte contribuição ao ensino da nossa cultura. Você sabia que cada dia do mês de Agosto é dedicado a um santo diferente? Não pode ser um mês tão ruim assim.

Tenho que reconhecer que a metereologia depõe contra o mês de Agosto aqui nos trópicos, sempre com previsões de chuvas e fortes ventos. Isto não é de todo mal, afinal mesmo morando no litoral podemos descobrir coisas legais para fazer, porém o tempo dito ruim serve como pano de fundo para diversas fantasias sobre coisas macabras.

Muita coisa importante aconteceu em Agosto (inclusive coisas negativas, mas é a vida) – Nelson Mandela foi para a prisão, morreram Elvis Presley e Marilyn Monroe, além de ter sido num mês de Agosto que a bomba atômica atingiu Hiroshima. A cena política brasileira também é marcada, dando origem até a título de minissérie global. Getúlio Vargas “deixou a vida para entrar na história”. Foi também quando o primeiro time brasileiro ganhou a Libertadores da América (Santos) e Popó ganhou o primeiro Campeonato Mundial de Boxe.

À luz do que andei pesquisando, não tem nada de excepcionalmente terrível acontecendo este mês que não acontecesse em qualquer outro momento, portanto, com perdão dos supersticiosos, por tudo isso Agosto decididamente não é mês de desgosto. (Mas se por acaso cruzar com gato preto esses dias, não faz mal passar  para o outro lado da calçada – eu não creio em bruxas, mas...). 

sábado, 21 de agosto de 2010

Salvador para os soteropolitanos

Uma amiga comentou que estava vindo para Salvador curtir um final de semana cultural. Delícia! Ainda mais que sempre se inclui neste passeio um tour gastronômico. O que fiquei me perguntando foi qual seria esse roteiro (o mais comum é ouvir os comentários sobre saídas de Salvador para tal). Resolvi saber detalhes do passeio e fui alegremente surpreendida por coisas muito legais.

Sexta-feira à noite foi escolhida para o teatro com a peça “O sapato do meu tio” em que este passa lições sobre o ofício de palhaço com muito humor e poesia, no Teatro Vila Velha. Esta visita proporcionou uma grata surpresa de ver a conservação do Passeio Público, as instalações do Teatro, e ainda como as artes se integram naquele lugar (no foyer é possível apreciar a exposição Reciclarte com reciclagem de lixo hospitalar).

O sábado amanhece radiante na praia do Porto da Barra e suas águas calmas, com direito a água de côco  geladinha e um mergulho revigorante. Daí para o outro lado da cidade, no Cabula, almoço no restaurante Paraíso Tropical do prestigiado chef Beto Pimentel, conhecido por sua filosofia de cozinhar apenas com alimentos naturais. Uma mistura de mariscos, frutas e ervas exóticas cultivadas em sua própria horta orgânica, no mínimo inusitada. Para o fim de tarde foi escolhido ver o sol se pôr no Museu de Arte Moderna (MAM - Solar do Unhão), onde acontece o projeto Jam no MAM, jam sessions da melhor qualidade com músicos de jazz de várias partes (Nonato adora!).

Na manhã seguinte  foi a vez do Palacete das Artes, na Vitória, onde estão expostas obras originais de Auguste Rodin cedidas pelo Museu Rodin Paris. Passeio gostoso e inspirador, que terminou no simpático Café Solar com seu cardápio para lá de convidativo. (Legal aproveitar a programação pedagógica voltada para as crianças). Já com saudades da Bahia, de olho no horário do vôo de volta, correram para a Península Itapagipana, mais precisamente Ponta de Humaitá, onde comeram uma mistura de cozinha baiana e espanhola. Divino! Para completar não dispensaram o famoso sorvete da Sorveteria da Ribeira. Agora podiam volar para casa.

Eu, que estava planejando sonhadas viagens para fora da cidade, já estou com data marcada para conhecê-la melhor. Salvador para os soteropolitanos!

sábado, 14 de agosto de 2010

CASAMENTO À PROVA DE BEBÊS



De Stacie Cockrell, Cathy O’Neill e Julia Stone.  Editora Sextante.



Não agüentei! Tenho que voltar ao diário da multimulher (não adianta, é assunto recorretnte). É que descobri este livro maravilhoso que conta as agruras de três mulheres loucas por seus filhos, maridos e  carreira (dá para ter equilíbrio?). É importante frisar que seus amores são absolutamente correspondidos. Com essa vida digamos comum a todas nós, sentindo-se até plenas, por que então passaram a brigar tanto depois que os bebês nasceram? Por que ficam tão irritadas quando eles não conseguem encontrar as chupetas? Por que eles ficam tão chateados com o fato de o entusiasmo delas por sexo ser igual ao entusiasmo por passar roupa? No livro elas dividem soluções que encontraram não só na busca por manter um casamento feliz depois dos filhos – mas também em conversas com centenas de pessoas. Leiam! Além de concluir que todos passam por isso, ainda vão dar boas risadas.

Alguns dos segredos das autoras para melhorar a vida a três (quatro, cinco...):

1.  Mudem de ambiente 
Saiam de casa se ela já se tornou um campo de batalha. Marquem um encontro depois do trabalho. Experimentem jantar num restaurante diferente ou dar uma caminhada na praia.

2.  Troquem de papéis
Se vocês sempre fazem as mesmas tarefas e estão cansados delas, troquem de lugar durante uma semana. Ele faz o jantar e ela corta a grama, ou vice-versa.

3.  O que posso fazer por você? 
Uma atitude proativa deste tipo é uma das melhores coisas que podemos fazer pelo nosso casamento.

4.  Não é hora de discutir a relação 
Temos uma amiga que, quando seu primeiro filho tinha cinco semanas, disse ao marido que eles precisavam fazer terapia de casal. Eles precisavam mesmo era de uma boa noite de sono.

5.  Bom humor é a primeira coisa que perdemos quando chegamos ao limite 
Temos duas opções quando o bebê vomita na nossa camiseta limpa: rir ou chorar. Como já estamos fartos de tanto choro, por que não tenta rir?

6.  Peça ajuda 
É fundamental ter ajuda nessa fase, seja ela remunerada ou não. Sem dúvida, vocês conseguem dar conta de tudo sozinhos, mas por que arriscar ficarem loucos ou se divorciarem se há outras opções?

7.  Ajudem-se 
Acordar diversas vezes durante a noite para amamentar é enlouquecedor. Levar o bebê até a mãe, colocá-lo para arrotar e depois levá-lo de volta ao berço são tarefas simples que o pai pode fazer, e é um grande alívio às suas esposas.

8.  Fim de semana de treinamento 
O que deve fazer uma mulher que está no limite? Simplesmente dê o fora! Viaje e deixe seu marido sozinho com o bebê durante 48 horas. Nada de babá. Nada de avós. A idéia é deixar que ele descubra sozinho como as coisas funcionam. Ele “não entende” porque nunca fez! O homem entenderá melhor as frustrações e os desafios que sua mulher enfrenta. A maioria de nós aprende a ser mãe por tentativa e erro. Aprendemos fazendo.

9.  Os dois devem descansar 
Muitas pessoas com quem conversamos disseram que, de vez em quando, gostariam de ter um tempo para simplesmente ficar em casa, sem fazer nada. Parece que se você está lá, tem que estar trabalhando. Está errado! Todos merecem um tempinho livre dentro de casa, uma folga. Durante esse tempo, um não pode dizer ao outro o que fazer. Ela quer ler uma revista. Ele, ler o jornal ou assistir à TV. Os dois podem tirar um cochilo.

10. Sejam carinhosos 
Tanto homens quanto mulheres nos disseram que sentem falta dos pequenos gestos de intimidade, como abraços e beijos, que desapareceram junto com o sexo.

11. Uma noite só para vocês 
Quantas vezes já ouviram esse conselho? E quantas vezes o seguiram? Se não der para arcar com uma babá, combine com um casal de amigos para que, de vez em quando, uns cuidem dos filhos dos outros. Os “encontros” podem até acontecer na sua própria casa. Duas velas, uma toalha de mesa, uma garrafa de vinho, todos os aparelhos eletrônicos desligados e nenhuma criança acordada: isso já é um encontro romântico (a comida pode ser encomendada). Encontro de madrugada em casa mesmo, depois que as crianças dormiram (e antes que uma delas pule em sua cama).

12. Uma escapada, sempre que possível 
Quanto maior a distância (física e mental) entre vocês e seus filhos, melhor é o sexo. Viajar nem sempre é fácil, mas vale a pena. Viajem juntos no fim de semana, só vocês dois, umas duas vezes por ano.

13. Marquem na agenda 
É preciso admitir: a época do sexo espontâneo, do tipo “agora mesmo, na mesa da cozinha”, acabou. Se vocês querem uma relação sexual de qualidade é preciso planejar.

domingo, 8 de agosto de 2010

Querido papai,

Obs: aos que não apareceram, só tinha estas fotos.

Assim iniciava as cartinhas ao papai quando era criança, principalmente com ele viajando pelos mares. Era uma época bem diferente, mas sempre com um gostinho bom de ter um pai, de longe ou de pertinho, sempre dava um jeito de se fazer presente. 

Foi-se o tempo em que os pais ficavam meio à margem da criação dos filhos, o trabalho delegado às mães; talvez por isso o segundo domingo de maio pareça tão mais festejado. Isto mudou, hoje cada vez mais se vê homens participativos, personagens importantes desde o período pré natal – não se considera mais a mulher grávida, e sim o casal grávido. Durante os meses de gestação, o feto ouve a voz paterna e é influenciado por ela, embora por conta da própria fisiologia o pai fique um tanto em segundo plano, mas com o tempo assume a função que lhe é de direito e o vínculo fica cada vez mais forte.

Lembrei de tudo isso e tantas outras coisas agora, retornando da festa do dia dos pais da escola de Catarina. A turminha cantou... ”eu te quero só pra mim, você mora em meu coração”... Foi lindo de ver, e acompanhar Daniel nesta especial primeira vez foi emocionante (primeiro com a filha na escolinha), trazendo à mente que estamos vivenciando grandes momentos pela primeira vez.  É o  primeiro Dia dos Pais depois que meu pai quase se foi (vitória de quem crê que a fé move montanhas), o  primeiro sem ir jantar com Magno Burgos no Baby Beef (não que ele gostasse tanto de comer, mas se tinha algo que o deixava feliz era reunir os filhos em torno daquela mesa), o primeiro dos meninos de Tia Coli sem o papai Joel, o primeiro depois que Leo soube ser tão pai no momento em que mais precisava de colo (só ele e Lary sabem o que passaram para chegar até aqui), o primeiro em que Pedrão joga o “baba” dos pais com João pensando que carinha Maria Vitória terá, o primeiro de Denilson no papel (já disse que na barriga também conta). Enfim, emoções de todos os tipos, mas sempre emoções, pois é delas que se constrói a paternidade.

E a paternidade poderá ser vivenciada de várias formas, festejada hoje e sempre, com cada gesto cotidiano. É este o motivo de estar escrevendo agora, lembrando histórias de pais e filhos (certamente cada um se lembra de muitas outras; lembremos delas também!) para felicitar cada pai – o meu, os dos meus amigos e os meus amigos pais. Sintam-se acarinhados, aproveitem cada momento, não deixem de dizer o quanto amam, se derretam com os abraços e beijos (acho que foi daí que Pepeu tirou que ser um homem feminino não fere seu lado masculino – mas isso é assunto para um outro post).