sexta-feira, 4 de abril de 2014

EINSTEIN, NÓS E O TEMPO



Recentemente li reportagem sobre foco. Como mote para a história toda estava o lançamento do livro do psicólogo americano Daniel Goleman. Conhecido pelo best seller  Inteligência  Emocional, o autor, Ph.D. pela Universidade de Harvard, no livro intulado Foco, postula que estamos diante de uma geração sem foco. Pensar em foco me remete imediatamente à questão tempo.

Falta de tempo deve ser a reclamação que mais ouço, tanto pessoal quanto profissionalmente.  Há alguns anos abandonei esta queixa desde que fui apresentada à frase atribuída a Albert Einstein: “falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de método”. E de forma intuitiva sempre percebi uma simbiose entre o citado método e o foco, de forma que tê-los ambos possibilita ter o tão sonhado tempo. Talvez o reflexo disto esteja labuta de tentar ser ora multiinteressada e ora multitarefa, em geral um misto das duas. A verdade é que muitas vezes nos perdemos na correria do cotidiano, e encontrar o foco, manter um método e conquistar tempo parece impossível. Ainda mais nos dias atuais, em que tudo é tão urgente, em que tantas coisas nos dispersam. O mundo vai girando numa velocidade tal que os interesses e as áreas a que supostamente temos que dar atenção se multiplicam em progressão geométrica. A tecnologia e o excesso de informações são grandes vilões nesta história, sobretudo por não sabermos fazer um uso racional deles. Por que responder uma mensagem de celular é tão urgente que preciso teclar enquanto dirijo? Por que ficar de olho pregado no celular é mais importante do que interagir com quem está do meu lado em carne e osso? Se libertar destas amarras com certeza é um exercício muitas vezes penoso, contudo é um caminho que precisamos trilhar cedo ou tarde, sob pena de emburrecer interna e externamente.

Para as novas gerações esta falta de foco é ainda mais evidente. Todos os textos são muito longos, todas as palavras podem ser abreviadas e estar com todos estando com ninguém é um hábito. É óbvio que o contrário também danoso. A atenção extrema, estar todo o tempo ligado gera tensão e ansiedade, além de restringir a visão do mundo. Imaginar que se pode multiplicar as horas do dia é uma fonte de esgotamento mental e físico.  Fundamental aqui, como em tudo, é a busca pelo equilíbrio, e esse é o nosso verdadeiro desafio. Fatalmente recaio sobre a nossa responsabilidade como pais e educadores para restabelecer-lhes um senso de prioridades. Desde pequenas coisas como parar um tempo e ouvir uma boa música ou ler um bom livro, até concentrar-se nos estudos, planejar uma carreira, passando por dar valor a estar com as pessoas ao vivo e a cores. É uma espécie de treinamento em que se elenca as coisas por prioridade para conseguir alcança-las todas a seu tempo.


Manter o foco, segundo o autor, depende de manter momentos de reflexão, concentrar-se nos diversos aprendizados de forma a sedimentá-los.  Foco é uma habilidade muito mais ampla do que à primeira vista parece; engloba a esfera interna de cada um, a capacidade de concentração apesar do que nos rodeia; a esfera externa que é a capacidade de ler o ambiente e perceber o terreno onde estamos; e a esfera empática, aquela voltada para o outro, a forma como nos relacionamos com nossos pares. Conseguir sustentar estes pilares é tarefa para se construir todos os dias, exercitar. E é o que nos possibilita  seguir motivados, cumprir metas pessoais e obter bons resultados em tudo que nos envolva.


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