quinta-feira, 3 de junho de 2010

ANTES E DEPOIS

Aproveito o momento para atualizar minha foto...um verdadeiro ‘antes e depois’. Isto serve de mote para contar sobre a questão filosófica que norteou a recente mudança no visual. Como mãe, quero estar sempre atenta a tudo que envolve a educação de minhas pequenas, desde o campo estrito até tudo de etéreo que possa cercar a questão... costumo dizer que quero ser uma mãe baseada em evidências. O fato é que Catarina e Isadora são frutos de uma grande miscigenação e como tal carregam belos cachos. Não poderia ser contraditória na minha orientação a respeito de ostentar com orgulho suas raízes. Abaixo faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço!

Tudo isto me faz lembrar do grande rebuliço que as ações afirmativas relativas aos negros vêm provocando. A saber; ações afirmativas são medidas especiais e temporárias, tomadas ou determinadas pelo poder público (ou privado), espontânea ou compulsoriamente, com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento, bem como de compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização, decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros.

A palavra raça pode se aplicar de diferentes maneiras. No sentido de fenótipo, como um conjunto de características físicas, como cor da pele, cor e textura do cabelo, cor e formato dos olhos, formato do nariz e espessura dos lábios; denominar aqueles de uma região específica do planeta, como por exemplo, quando se fala em raça africana, raça oriental; no sentido biológico, como a reunião de pessoas em grupos de indivíduos que possuam características específicas e distintas dos outros grupos.

Será que no Brasil podemos de fato aplicar qualquer diferenciação? Imagine se formos analisar a ancestralidade de cada um – em que grau vai se encontrar um “puro sangue”? ( tal como a sociedade americana segregacionista da época com sua one drop rule ). E o que dizer do sistema vigente de auto classificação para se candidatar às cotas? Haverá sempre a possibilidade de fraude, abrindo espaço para a má-fé de pessoas, apesar de ser sabido o que mostram as estatísticas – mais de 60% da população brasileira é de afro-descendentes. Portanto o uso no Brasil das políticas afirmativas baseadas na raça é no mínimo controverso.

É claro que elas colocam um segmento importante em movimento, questionam a atual estrutura social, talvez aí resida seu maior benefício. Por outro lado, se há pequena representação das consideradas minorias nas universidades brasileiras, isto se deve a uma qualidade do ensino público precária, desde o ensino fundamental, onde os egressos desta rede não conseguem superar aqueles que estudam em escolas privadas.

Só para pensar um pouco...

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