domingo, 2 de setembro de 2012

TEMPO, TEMPO, TEMPO, TEMPO!

Alice no País das Maravilhas


A frase atribuída a Einstein diz que “falta de tempo é desculpa dos que perdem tempo por falta de método”. Para a esmagadora maioria das pessoas isto é uma verdade impossível de se reverter uma vez que esta desculpa se repete milhares de vezes. E a sensação que se tem é que se trata de um mal dos dias atuais, que se reflete principalmente nas relações interpessoais. É um tipo de delírio que não raro se tenta manter para não ter que abalar o comodismo e sair do status quo vigente. A busca por sair deste ciclo que se retroalimenta passa por reconhecer a falta de método e a primeira atitude para chegar lá é parar de dizer que não tem tempo (se de fato não resolve, já é uma assertiva que subliminarmente começa a promover a mudança).

Uma coisa que frequentemente escapa aos olhos é a existência de verdadeiros ladrões de horas. São aquelas coisas que vão tomando tempo, em geral desapercebidamente justamente por parecerem rápidas. Exemplo disto é o tempo que se desperdiça navegando a esmo pela internet ou refazendo coisas que se fez sem concentração. São todas tarefas infrutíferas que se impõem pela falta de objetividade e foco, pois a mesma tecnologia que ora se mostra vilã, se utilizada de maneira criteriosa é extremamente benéfica. Para manter a objetividade no cotidiano é preciso planejamento, o que não significa criar uma rotina engessada (até porque, imprevistos acontecem). Pelo contrário, é uma forma de encaixar todas as coisas que se deseja realizar, priorizando interesses dos mais diversos, desde aquele telefonema que se quer dar a uma amiga com quem há muito não se fala. Fazer uma agenda é um caminho. Com ela é possível programar-se com antecedência, inclusive para ter um tempo livre.

E por falar em tempo livre, este muitas vezes pode ser responsável por uma culpa imensa. Não é raro encontrar pessoas que quando não estão fazendo nada sentem-se meio estranhas. Este tipo de culpa tem que ser jogada pela janela, mesmo pelo mais ferrenho workaholic. Ter o tempo para o ócio é, ao contrário do que possa insinuar, é altamente produtivo. Sem contar que descanso e lazer são indispensáveis para o bem estar de qualquer pessoa. Ignorar estas necessidades chega a ser uma espécie de auto-sabotagem; ter momentos dedicados a si mesmo faz uma diferença brutal no equilíbrio das tensões.

Não saber gerenciar seu próprio tempo reflete de forma desastrosa na qualidade de vida do indivíduo. No livro “Comportamento Organizacional: Criando Vantagem Competitiva”, os autores discutem o fator tempo como algo  decisivo na vida moderna e categorizam seu uso de maneira interessante que vale para reflexão – “o tempo apressado e a vida saturada”, “o tempo fragmentado e a vida superficial”, “o tempo sincronizado e a vida amarrada”, “o tempo repartido e avida quebrada” e “o tempo, o consumo e a vida vazia”. Ou seja, dependendo de como se lida com o tempo em sua vida, esta sofrerá determinado tipo de consequência. Tornar-se vítima do tempo, sem respeito às suas prioridades e ao que verdadeiramente importa, lhe fará viver no automático e de modo superficial, em rota diametralmente oposta a uma vida plena e feliz.

Por tudo isso, vê-se que o tempo é um bem precioso e como tal precisa ser cuidado. Não se deve permitir que ele seja um opressor; pelo contrário deve trabalhar a favor, tendo sempre em mente sua completa relatividade.


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