segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CUIDADO COM A FONTE



Meio sem tempo de ler, corri o olho em diversas manchetes dos jornais e revistas – tentava ver o que estava acontecendo. Parecia que estava acontecendo uma única coisa no país inteiro, e o pior sempre a mesma versão. Seria verdade aquela monotonia, ou a imprensa brasileira anda mesmo capenga e segue requentando as mesmas notícias. Tudo bem que a um fato de grande importância, se reserve grande repercussão, mas será natural adotarem todos o mesmo ponto de vista, e invariavelmente escolher um bode expiatório sem expressar as versões das histórias? Gostaria de poder ver o outro lado da tal notícia, tentar fundamentos para formar minha própria opinião, mas não é fácil. Me senti qual rebanho que tem que ser empurrado na mesma direção. 

Sorte poder exercer o pensamento e o lado crítico lendo o que aí está com reservas. Fico pensando na imprensa de vários outros países; é claro que tem muita gente amordaçada pelo mundo, mas vamos nos inspirar no que está melhor. Como disse Paulo Henrique Amorim, em sua Conversa Afiada, em nenhuma democracia séria do mundo uma imprensa tendenciosa e sensacionalista tem a importância que tem aqui. Esta situação nada mais é do que fruto da tentativa de concentração do poder. Nossa sociedade está baseada em informação, de forma que o grande jogo de poder se dá na mídia. Justamente esta que deveria exercer seu papel social com equilíbrio.

Quando a imprensa reverbera um notícia sem permitir que o outro lado se manifeste ele impede a sociedade de pensar e obter seu próprio juízo de valor, muitas vezes em questões extremamente relevantes. Muitos episódios como esses poderiam ser citados aqui, contudo não é cada microquestão que abordo. Me refiro à imprensa ser raciocinada como um todo. Ser tendenciosa está longe do que se pode considerar útil à sociedade. Ter imparcialidade é condição precípua para ser livre. A liberdade de imprensa deve ser conservada a todo custo, mas os nossos veículos precisam entender melhor sua responsabilidade. É para denunciar, vamos investigar melhor a questão. É para prestar serviço, vamos focar no que nossa sociedade precisa. É para informar, vamos deixar de lado o partidarismo.

Felizmente há sempre as exceções, e ainda se pode buscar o outro lado das notícias. Cabe a cada um ser de fato equilibrado, procurar conhecer sua fonte de informação e no final das contas formar nossa própria opinião. Dependendo do seus interlocutores pode você também formar a opinião alheia.

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