domingo, 14 de agosto de 2011

BULLYING NA ESCOLA

Campanha da Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina

Nos últimos anos passou-se a empregar um termo muito contundente e que só de ouvir já deixa pais e educadores de cabelo em pé - bullying, que parece seguir na esteira da violência de forma geral e se abanca nos ambientes escolares como caso para a intervenção dos adultos e até da polícia (abre-se parêntese para dizer que não se aplica apenas à infância nem à escola, mas esse aspecto tem chamado particular atenção). A palavra bullying vem do inglês bully, que poderia ser traduzido como valentão e significa toda a prática de violência física ou psicológica infringida intencionalmente repetidas vezes por um indivíduo ou grupo de indivíduos. Não é difícil reconhecer um caso extremo em que a criança sofre agressão física ou verbal – em geral está ligado à dificuldade de aceitar as diferenças. Há, entretanto, aqueles casos em que a violência é sutil, velada, nos comportamentos agressivos que reiteradas vezes põe o outro em situação de vulnerabilidade, exposto e diminuído. É muitas vezes uma linha tênue com as briguinhas de criança, que de certa forma é saudável na medida em que servem para o desenvolvimento da autoconfiança e conquista do próprio espaço.

Cada vez mais são noticiados crimes ligados ao bullying, o que gera a certeza de que nem sempre as crianças e adolescentes conseguem lidar sozinhos com certas brigas. Os pequenos apuros podem passar a humilhações que se perpetuam e se traduzem nestas violências extremadas.  A sociedade como um todo tem se preocupado e pensado em formas de maior controle do comportamento dos alunos nas escolas, inclusive com projeto de lei tramitando no Senado brasileiro determinando que as escolas inibam situações que possam gerar bullying. Não há dúvidas de que precisa ser encarado com seriedade e combatido, num aprendizado, que como tantos outros, começa dentro de casa.  

Um outro olhar sobre a questão gera polêmica na reportagem da atual edição da revista Superinteressante que pergunta justamente como que seria o mundo sem bullying. O ponto de vista adotado por alguns especialistas na área defende que o bullying não é necessariamente um problema para adultos, pois muitas vezes as picuinhas entre colegas devem ser resolvidas entre eles. Apesar do título da matéria, mais parece não se estar falando de bullying propriamente, e sim daquelas citadas sutilezas. Esses psicólogos se referem aos pequenos apuros e desavenças que ensinam a criança a se defender e se colocar no convívio social, e não à violência propriamente dita. O grande elemento aqui mais uma vez é o bom senso, o tal ponto de equilíbrio. Pais e adultos que supervisionam crianças precisam estar atentos; se o apelido ou brincadeira deixam de ser divertidos, se descriminam ou provocam sofrimento e mudança de comportamento, é porque está além do admissível e merece intervenção. Pouco importa o nome que se dê a isso, independente de rótulos mais modernos, é hora de intervir.

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