sábado, 20 de agosto de 2011

AOS BONS E VELHOS AMIGOS




Como se mede uma amizade? É possível fazer uma calibração para aferir o valor de determinada amizade? E ainda que verdadeira, quando está sendo negligenciada em função das atribulações do dia-a-dia? Será pelo número de vezes que vocês se viram este ano? Talvez pelo número de vezes que se falaram. Pelo menos nos aniversários e no Natal houve um contato. Se é por esta presença (ou falta da mesma) que se mede, o que dizer daqueles amigos que levam anos distantes e quando se encontram parece não ter se passado nem um segundo? Presume-se o quão complicado seria quantificar a amizade, contudo, se a relação está ruidosa e estes questionamentos surgem é porque algo precisa ser repensado.

Cultivar uma amizade exige tempo e dedicação. Não é por se tratar de um amor gratuito e livre, que não precisa ser alimentado. Muito pelo contrário, estas pessoas com as quais não se tem laços de consanguinidade e as quais se escolheu no meio de tantos outros estarão mais ou menos presentes na proporção em que se regue o afeto plantado. Ser livre é exatemente poder ir e voltar a qualquer hora. Não é em qualquer terreno que este sentimento brota, tanto que se cada um fizer uma reflexão honesta verá que dá para reunir num pequeno recinto aqueles que se pode considerar amigo.

É bem verdade que existem vários níveis de amizade, mas aqui se trata daquele que pode receber um telefona no meio da madrugada sem constrangimentos, aquele que corre em seu auxílio ao menor sinal de perigo. O que importa é ser verdadeiro, alguém com quem se possa contar, tudo aquilo que não se explica. O colega, o vizinho ou o conhecido fazem parte das redes sociais, mas ter um amigo é outra história. A história de ser presença, da torcida incondicional pela vitória do outro, do puxão de orelha quando necessário, fruto da afinidade que une as partes e de uma conexão única. Ser presença não necessariamente é algo físico, não demanda que se vejam todos os dias, mas estar sempre ao alcance num momento de saudade, apenas para se saber como as coisas vão ou quando precisamos, até porque, nos dias de hoje a distância não acaba com as amizades sólidas, tantas são as formas de se conectar.

Posto assim talvez pareça que a amizade nada mais é que um mar de exigências, que perdeu a leveza e passou a ter excessiva cobrança. Não é assim que deve ser encarado, afinal a frase de Saint Exupéry em O Pequeno Príncipe não deixa dúvidas; “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.  A dita responsabilidade está justamente em aceitar o outro como é, mas não deixar de lhe apontar caminhos para que melhore. Poder cometer erros certo de tê-los perdoados, e também saber perdoar quando se der o contrário. Responsabilidade também de manter a amizade viva, retribuindo carinho e atenção recebidos, pois a amizade é uma via de mão dupla.


Em suma, mesmo não sendo possível medir uma amizade, é fácil sentí-la plena. Voltando ao começo, caso ao se questionar sobre o quanto está sendo fiel a um amigo ou quanto de fato tem se empenhado pela amizade a resposta for duvidosa, é hora de por em prática a reaproximação, dar retorno àquele telefonema, mandar um sinal de fumaça, seja o que for, qualquer pequeno passo para reacender a chama desse sentimento que nos é tão caro. 

Um comentário:

  1. Amiga,
    Tem razao, precisamos manter sempre acessa a chama... e nada mais oportuno que aproveitar esse post para te dar Parabens!
    Parabens pelo seu aniversario, parabens por ser essa mae exemplar, esposa dedicada , profissional competente e humana e essa grande amiga!!!
    Te adoro!!!
    Bj grande
    Lary

    ResponderExcluir