sábado, 18 de dezembro de 2010

MÃES EMPREENDEDORAS (do Diário da Multimulher)


A palavra empreendedorismo está na pauta do dia, sendo apontado como uma das possibilidades para o crescimento da economia. Trata-se da capacidade de inovação, de criatividade e de transformação do conhecimento – tudo haver com a multimulher. Tanto que hoje se fala em empreendedorismo materno. Pessoalmente nunca tinha visto o termo aplicado desta forma, até bem pouco tempo, quando assisti a um programa de televisão sobre o tema. As mães empreendedoras são profissionais de todas as áreas; jornalistas, fotógrafas, arquitetas, administradoras, dentre outras. O que elas têm em comum? Encontraram na maternidade o impulso para criar novos negócios, estabelecendo uma mudança na sua vida profissional, principalmente com o intuito de vivenciar a maternidade mais plenamente. São histórias encantadoras de mães que decidiram priorizar seus filhos e tiveram a possibilidade de se adaptar profissionalmente.

Para o casal, ter um filho representa uma modificação absoluta na forma como vinha sendo sua rotina. No caso da mulher estas mudanças são mais radicais, desde a questão física que se instala com a gestação, sendo notória a revolução porque passamos ao exercer a maternidade. Em maior ou menor grau é preciso fazer alguns ajustes em função dos pequenos, internamente, fisicamente no ambiente em que vivemos e em todas as áreas da nossa vida. Inicialmente parece que somos dragadas para o olho de um furacão, mas depois as coisas vão se ajeitando e tudo que queremos é curtir nossa cria, estar com nossos filhos quando aprendem a andar ou dizem as primeiras palavras. Voltar ao trabalho nesse período é muito difícil, é um tempo de angústia por vários motivos – estar longe de nosso bebê, com quem e onde deixá-lo. A maioria de nós tem uma expectativa da maternidade que simplesmente não se encaixa com um trabalho em tempo integral, algumas por questões até filosóficas; querem elas mesmas dar os cuidados aos filhos, ou mantê-lo em amamentação de livre demanda. Toda esta atmosfera acaba por nos levar a repensar escolhas e invariavelmente se questiona o lado profissional, a posição de importância que ele ocupa e como conciliá-lo com a vida de mãe. Neste momento entra em cena a capacidade criativa, aparentemente muito mais aguçada, e várias maneiras são encontradas para por em ação o tal empreendedorismo materno.

Uma pesquisa americana revela que cerca de 40% das mulheres que criaram seus próprios negócios tiveram a idéia quando estavam grávidas ou no primeiro ano dos filhos, e a maioria delas atribuem o sucesso às habilidades desenvolvidas depois da gravidez. São exemplos de mulheres que passam a trabalhar em casa ou que adaptam a jornada de trabalho utilizando idéias que vieram justamente da necessidade e que são fruto do novo universo do qual passaram a fazer parte. Tem gente que passou a produzir determinados tipos de roupas para bebês porque não achavam tipos específicos no mercado, mulheres criando roupas mais apropriadas para amamentar porque ela própria teve dificuldade na hora de lidar com isso, outras lançaram moda com os mais variados tipos de slings (aqueles panos para carregar os bebês junto ao corpo), enfim, todo tipo produto que tenha haver com este mercado infantil. A movimentação é tão grande, que algumas empresas de fomento já se voltaram para este nicho de mercado, grupos de discussão, sites de divulgação (inclusive mães cujo empreendimento foi criar ferramentas para instruir estas mulheres e para divulgar suas atividades). É uma verdadeira rede, afinal uma mãe sempre tem uma dica para passar para a outra e trocar experiências ajuda muito.

O texto é sobre mães empreendedoras, mas no quesito filho não pode haver conversa que também não envolva o pai. É claro que eles experimentam a paternidade de forma distinta da nossa, eventualmente parecendo menos intensa, porém o que acontece é apenas um retrato das diferenças de gênero – homens externam seus sentimentos de uma maneira diferente da mulher, e ponto.  A maneira masculina de lidar com a chegada das crianças vem mudando, conheço vários paizões que participam profundamente da vida dos pequenos, e de fato também se transformam inclusive profissionalmente, a exemplo do jornalista Renato Kaufmann, autor do livro “Diário de um grávido”, em que conta esta transformação.

Então, seja como for, mães (ou pais) empreendedoras são as guerreiras da atualidade, correndo atrás de exercer da melhor forma possível a multimulher que nos habita.

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