domingo, 21 de novembro de 2010

E COM VOCÊS... A VERDADEIRA MULTIMULHER!




E Deus fez a genética! Graças a isto trazemos no DNA heranças das mais diversas. Herança que evoco quando trago à tona o alterego multimulher, não como uma forma de me vangloriar, mas para apontar um elo entre todas nós. Obviamente nem toda mulher deseja ou precisa se desdobrar em múltiplos papéis, ainda que um fato não se possa refutar: tem gente que nasce para isso.

Pois sim, a multimulher vem de longe, dos tempos em que minha mãe, com os filhos pequenos se multiplicava para desempenhar todas as tarefas dentro e fora de casa. Penso que ser multimulher em outras épocas era muito mais pesado. Longe de ser uma opção, era o que lhe delegava a sociedade em que o homem era criado para ser o provedor e ponto. A mulher que de forma libertária desejava andar fora destes trilhos era discriminada. Hoje se opta por ser “mãe em tempo integral” ou conciliar filhos e profissão, podendo estar temporariamente num papel ou noutro e se recolocar no mercado de trabalho; as expectativas pessoais também são outras, havendo possibilidades maiores de planejamento familiar. Nos tempos em que ser “dona de casa” é quase um palavrão, minha mãe acha estranho quando ter uma família não é uma primeira escolha ou quando suas filhas querem dividir igualmente as tarefas com os maridos.

As diferenças também incluem um ponto de vista prático – os recursos tecnológicos nos permitem ter maior agilidade no trabalho doméstico, maior interatividade entre as pessoas, formas de vigilância domiciliar sem sua presença física e novas modalidades de entretenimento. O mundo moderno, dito globalizado, também aproxima as gerações, fazendo com que muitas lacunas antigas já não existam mais.

Ainda assim, como diz o antigo slogan, “nada substitui o talento”. É preciso ter o dom de se multiplicar, é preciso muito amor para se doar e não estar em primeiro lugar. Não faço a apologia da anulação de si próprio; refiro-me àquela generosidade atemporal que transforma as pessoas. Ter talento para desatar nós, resolver toda sorte de problemas, ser aquela que acha tudo numa casa, a que comanda a equipe de trabalho com tranqüilidade, a que sabe resolver o almoço do batalhão, a que corre para deixar o filho na escola e na volta passa no supermercado, a que fica linda e cheirosa e só sai depois que nina a prole, a que é um ombro amigo de todas as horas e a que, acima de tudo, é feliz com seu jeito de levar a vida.

Mulheres assim são na verdade raras, difíceis de repetir, mas é possível tomá-las como exemplo. E quem sabe a tal genética nos favorece presenteando com esta essência fabulosa capaz de suavizar tão árdua empreitada. Considero importante elogiá-las, e principalmente, tecer os elogios enquanto estamos juntos para que no futuro o não ter dito não seja um arrependimento. Costumo repetir que se eu for metade da mãe que a minha é, já estarei satisfeita. É um jeito de lhe dizer o quanto sua atuação em todo o meu caminho é marcada por acertos, plena de amor e digna de se orgulhar, podendo assim desejar Feliz Aniversário. Com certeza muitos filhos comungam desta admiração por sua mãe e não deixa de ser também uma homenagem coletiva. Nesse caso em particular, ser abnegada, manter os filhos como absoluta prioridade e educar ao velho estilo “faça de mim uma escada” foram lições que sempre me acompanharam (me agarro com todas as forças à máxima de que filho de peixe, peixinho é), e me estimulam hoje a tentar plagiar a verdadeira multimulher. 

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