Férias...ah...as férias!
Na grande parte das
situações ficamos loucos para que elas comecem e lamentando quando elas acabam.
Neste caso não! Estou
ansiando por este último dia de férias (físicas, é importante que se diga) da
maternidade! Louca para pôr minhas crias no colo, filhotinhas maravilhosas que aproveitam
um pouquinho de suas férias escolares longe dos pais.
Mas essa espera me trouxe reflexões.
Tirar férias dos filhos é
saudável (isto dito depois de metade do tempo com culpa, a outra metade
justificando que para elas é ótimo ficar se divertindo, e 100% do tempo sentindo
muitas saudades). Aproveitamos o tempo para nós mesmas, colocamos a leitura em
dia, ficamos mais livres para as saídas com as amigas, assistir aquele filme
para maiores e dar mais um impulso na sintonia de casal. Ficar um tempo
sozinho, faz bem, aprofunda nosso autoconhecimento e nos faz enxergar pequenos
parafusos frouxos que precisam ser apertados na nossa engrenagem. Se presta
também a reservar um olhar mais demorado para os nossos tantos outros papéis –
mulher, profissional, amiga, estudante, cidadã, atleta, aos quais não podemos dispensar
dedicação exclusiva todo o tempo, mas que merecem e precisam sempre ser
alimentados. No dia-a-dia os alimentamos de forma mais errática, tirando o
tempo de um para colocar no outro, e como uma imagem que me vem sempre à mente;
equilibrando os pratos, uma verdadeira malabarista da vida. Essa pausa
recarrega as energias para retomar a rotina com todo o gás.
Tudo isso me faz reavivar
a prazerosa sensação que agradeço ter desde que as filhotinhas chegaram – a maternidade
é meu melhor papel. Você ganha junto muita responsabilidade, trabalho, várias
preocupações, alguma culpa, mas o outro e maravilhoso lado é ganhar junto um
infinito amor. Este amor incondicional faz tudo valer a pena; até as saudades
auto-impostas, que não matam (por pouco), pelo contrário enriquecem nossa
relação.
Não é fácil. É um
exercício calculado, assistido. Permitir autonomia e liberdade para os filhos exige
grande dose de desprendimento. Mas desprender-se é uma prova de amor, mesmo
nesse quase devaneio de controle que não existe; deixá-las apoderar-se de suas
vidas em certa medida as coloca mais firmes no caminho de se tornarem mulheres
que desejo que sejam, fortes, guerreiras e donas de seu destino. Para os
filhos, tirar férias dos pais também é bom. Experimentam novas coisas, põem à
prova limites que só testam na segurança do pai e da mãe, se divertem e se
redescobrem a cada dia. Para o amadurecimento deles é um grande passo, se
comportar bem longe do olhar quase que obsessivo da mãe, experimentar um nível
diferente de liberdade e se sair bem. É uma estrada cheia de dúvidas para todos
nós, onde retroceder é lícito, mas que precisa ser trilhada. E lá estamos indo
nós!
No final das contas o
saldo é positivo. Nos reencontramos na felicidade de doces abraços, beijos
infindáveis e do maior amor do mundo!