Esta semana o noticiário não parou de falar
no nascimento real. Tudo previsível e até justo, em que pese ser uma
desproporcional invasão de privacidade, afinal a monarquia inglesa sempre
desperta interesse. E já que o assunto é quase imposto, deliberadamente preferi
olhar outro ângulo da notícia; o quanto esse evento na vida da princesa faz com
que se aproxime de todas nós simples plebéias.
Com a chegada do bebê vai ser preciso uma
pausa no conto de fadas para lidar com os dilemas comuns aos mortais, que já
vem no pacote da maternidade. Toda a avalanche de sentimentos e de dúvidas
também batem à porta da realeza, como para qualquer mulher. A tarefa agora é
nova, como o é para cada uma de nós; ter uma pessoinha que depende exclusivamente
de você, para o bem e para o mal, sentir crescer incondicionalmente o amor e
redimensionar as certezas que se tinha. Sai de cena a princesa e estréia a mãe.
Além da proximidade emocional que
experimentamos neste momento, tem o trabalho braçal do dia-a-dia (tudo bem que
o pequeno príncipe já deve ter sua própria ala de criados). De qualquer modo
ser lançada ao universo das fraldas sujas, do choro à noite, das cólicas e do
coração muitas vezes apertado coloca a princesa definitivamente perto, afinal
as fissuras no mamilo são pessoais e intransferíveis.
O imaginário coletivo mantém pessoas como os
membros da família real britânica tão distantes, e de fato vivem uma realidade
quase que paralela, mas sempre há as interseções onde se vê o quanto têm de
humanidade, são pessoas que sofrem, choram e enfrentam problemas como qualquer um. A princesa agora está logo ali, partilhando as agruras e os deleites de ser mãe. E que bom que pode ser assim. A vida é isso!
Boa impressão, por mais princesa que alguém seja, continua com o lado humano. Valeu pela reflexão, pois à vezes nós mesmos, simples plebeus, nos confundimos e nos achamos reis.
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