Toda virada de ano é a mesma coisa; junta-se
esperanças de que tudo poderá ser diferente, ainda que o último dia do ano
jamais seja um ponto, mesmo que de continuação. Para o bem ou para o mal não há
como apagar tudo e reescrever de onde parou. É preciso seguir lidando com
velhas frustrações que aos poucos podem dar espaço a novas realizações, mas
essa atmosfera de renovação é muito bem vinda, impulsiona sonhos e projetos,
além de ser capaz de manter acesa a chama interior que faz todo ser humano ir
em frente.
Confraternizar com a família e os amigos é um
modo de alimentar essa energia boa de fim de ano. É um tempo de deixar
transbordar o amor que une uns aos outros, mas é um tempo também de expurgar
fantasmas e acertar as contas, com o presente e muitas vezes com o passado. É possível
que esta catarse proporcione rupturas, as quais a longo prazo se mostram
necessárias para um convívio mais verdadeiro entre as pessoas. Remexer no
passado e tocar velhas feridas pode soar doloroso, algo para ser evitado a todo
custo, contudo pode nascer daí a possibilidade de conhecer melhor a si e aos
que te cercam. No final permanece a força dos laços indissolúveis que mantém as
pessoas agarradas umas às outras.
É um tempo também de rever os rumos no âmbito
profissional, se perguntar se está no caminho certo, se o que se tem é o que se
quer. Questionamentos como esses podem abalar alicerces tidos como firmes, e
isto mais uma vez pode ser a mola propulsora para uma guinada. Revirar esse baú
pode ser o passo que faltava para uma transformação desejada e necessária.
Impossível não pensar no mundo como um todo, o
que está sendo feito de nossa sociedade e quais as alternativas para manter os
ideais de igualdade entre os povos. Pensar também nas alternativas de desenvolvimento
sustentável e conservação dos patrimônios da humanidade para que nossa história
continue sendo contada muito tempo adiante.
À
parte as mutações inevitáveis e estimadas, há toda uma gama de coisas que Jamais
mudam, e com o tempo vai se acomodando à rotina diária e se adaptando à linha
de montagem cotidiana. Ainda assim é crucial distinguir o que pode e deve ser
mudado daquelas coisas que precisam permanecer como são, sem deixar-se abater e
sem se entregar ao comodismo e à inércia. Durante os mais de trezentos e
sessenta dias restantes é importante reavivar aquele sentimento de que tudo pode
dar certo, manter a cabeça erguida e o coração cheio de boas energias para
encarar o mundo sempre com esse olhar para fazer o ano verdadeiramente feliz e
novo. Afinal a vida sempre continua.
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