“Toda unanimidade é burra”. A frase atribuída
a Nélson Rodrigues expressa o quanto a dialética é importante para o
enriquecimento humano. Manter viva a discussão no sentido de fazer refletir é fundamental para mover o
pensamento adiante.
A presença da dialética supõe confronto de
idéias, não necessariamente o conflito. Requer respeito e serenidade para que
ter diante de si o outro lado da moeda suscite a busca pelo denominador comum,
e não simplesmente dominar. Não por acaso, os opostos se atraem a fim de se
complementarem. Discordar é bom e é saudável, desde que seja privilegiada a
tolerância. Quando a dialética morre, o discurso se torna vazio, mera retórica,
e que não leva a lugar algum.
Nos dias atuais o antagonismo das idéias
muitas vezes parece pálido; criaram-se diversas ditaduras de comportamento e
padrões a que todos devem seguir. Quem pensa fora da caixinha é tido como
inadequado. Casos de bulimia e anorexia têm como origem a necessidade extremada
de se encaixar em dado estereótipo. E as pessoas que vivem marginalizadas por
terem um estilo de vida que se distancia de um status pré-determinado. Assim acontece
no campo político, quando adversários limitam-se à agressão mútua e a apontar
os erros do outro, esquecendo-se do foco da disputa. Pouco adianta levantar os
problemas sem pensar para eles soluções e viabilizá-las. Aqui cabe
perfeitamente aprender a ouvir e pensar na contribuição que cada um tem a dar.
Em suma, fazer pulsar a
dialética é um exercício diário e significa sair da atitude defensiva,
pressuposto para viver em harmonia, respeitando as diferenças.
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