segunda-feira, 14 de novembro de 2011

EVOLUIU A MULHER, EVOLUIU A MATERNIDADE



Com certeza você já ouviu falar em “Quem ama, educa”. Best seller do psiquiatra Içami Tiba que pregava basicamente que um filho com amor se cria até sozinho, mas para que se eduque é preciso que estes pais amorosos sejam também as figuras a impor limites, dizer sim, mas também saber dizer não. Pois bem, essa obra está sendo revisitada pelo autor, com colaboração/co-autoria de sua filha, a psicóloga Natércia Tiba. A razão para reeditar o livro encontra-se nas mudanças que a nossa sociedade passou. O grande marco desta transformação foi a aquisição de poder pela mulher. Esta nova mulher agora pode controlar a prole e isso vem fazendo diferença na educação dos filhos.

As distinções na educação já começa pelo fato de se ter menos filhos (algumas sociedades, por opção ou não, já vivem o contexto de filhos únicos). Como dizer não a esse único filho? Para os povos latinos há um planejamento em geral de dois filhos. Ainda assim, o filho deixou de figurar naquele maior número que se tinha no passado e tornou-se possível vê-lo com mais individualidade, como certo tipo de riqueza idealizada. Outros aspectos passaram a ser valorizados, dando-se maior ênfase na formação de pessoas éticas, felizes, autônomas e competentes. Natural que surjam conflitos ao encaminhar este “novo filho”; sentimentos de culpa por dividir-se entre trabalho e família – mais uma vez essa mudança se deu na vida da mulher, reverberando na vida de maridos e filhos, que consequentemente também mudaram. Aqui nasceu a multimulher, fruto desta (re)evolução cultural que ainda vem se estabelecendo.

A forma como o livro é dividido leva o leitor “pelas mãos” numa sequencia cadenciada que começa justamente mostrando que para falar sobre educação é preciso entender como a família vive hoje, abrindo-se um capítulo a respeito da relação entre a evolução da mulher e a sua maternidade. Descreve diversos tipos de mulheres e seus correspondentes tipos de mãe, marido e filhos. Não por acaso destaco fragmentos sobre a chamada mulher polivalente. Esta é contemporânea, dona de seu nariz, estudada, competente ... é a mãe polivalente, típica mãe cheia de mãos; a mulher polvo ... apesar de ser uma evolução, ela está longe de se sentir bem e satisfeita consigo e com a vida que leva. É interessada, informada e extremamente crítica, mas muitas vezes ainda se sente culpada por não estar mais presente na vida dos filhos, e também culpada como profissional pois dificilmente está 100% focada e concentrada em seu trabalho ... a mãe polivalente vive um desafio diário, como uma malabarista que precisa manter vários pratos  no ar o tempo todo sem que nenhum caia no chão.

O texto segue com a intenção de traçar o que seriam os novos caminhos da educação, deixando registrado por mãos de estudiosos na área tudo aquilo que essa nova mulher intuitivamente vem incorporando.


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