domingo, 20 de novembro de 2011

ALÉM DAS PALAVRAS


Existem momentos em que as palavras parecem nos faltar. Na verdade que é nestas horas que elas mais fervilham na mente. Palavras de angústia, de revolta, de negação, mas também de afeto, compaixão, solidariedade e esperança.  Traduzir os sentimentos numa só delas muitas vezes é impossível. E quem precisa de tradução quando tem o poder de aflorar em qualquer canto sem barreira alguma?

Viver momentos difíceis é inerente ao ser humano, e a capacidade de passar por eles é que o define como tal – ter os obstáculos como aprendizado e sair da luta ainda melhor. Não que seja simples ou prazeroso; muito pelo contrário. A dor não tem nada disso, porém é parte da trajetória e de um modo ou de outro acaba fortalecendo. Já que se está diante dela, enfrentá-la com coragem e determinação é a única solução, de maneira construtiva. Isso é a prova de que tudo vai muito além das palavras. Trata-se de um diálogo interior, dos mais ricos e profundos. Faz lembrar o texto de Drummond “O constante diálogo”, que se segue:

“Há tantos diálogos
Diálogo com o ser amado, o semelhante, o diferente, o indiferente, o oposto, o adversário, o surdo-mudo, o processo, o irracional, o vegetal, o mineral, o inominado
Diálogo consigo mesmo, com a noite, os astros, os mortos, as idéias, o sonho, o passado, o mais que futuro
Escolhe teu diálogo e tua palavra ou teu melhor silêncio
Mesmo no silêncio e com o silêncio dialogamos.”

Um comentário:

  1. Lindo querida! Fique com Deus, todos ficarão bem e fortalecidos
    Débora

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