domingo, 6 de novembro de 2011

DE BACKYARDIGANS A COCORICÓ



Fim de semana agitado agora está sendo assim, praia bem cedinho por causa do sol, peça infantil no sábado, feira de livros no domingo, fechando com musical infantil. Longe vão os tempos da privacidade do jantarzinho a dois, ficar na cama até tarde, depois um carangueijo e pra fechar um cineminha. A paixão é enorme, mas a mudança que vem com os filhos é maior ainda. Resta aprender a conciliar uma coisa e outra.

Para mães de filhos pequenos esta tal conciliação soa até como desaforo, tendo em vista a multiplicidade de tarefas em que tem que se desdobrar, mas é uma batalha que está aí para ser vencida. Essa mãe quer tanto se dedicar, dar o melhor de si alimentando corpo e alma de sua prole, que quando presta atenção a programação da família está toda voltada para as crianças. Na maior parte do tempo não tem outra solução, afinal o programa “Bebê.exe” se auto executa e tende a ocupar todo o espaço no HD. São de fato muitas demandas de um ser que tem potencial para tudo, necessitando ser encaminhado pelos pais nas mínimas tarefas cotidianas. A figura do pai, não menos empenhado em educar seus filhos, porém mais lúcido diante da histeria típica feminina, pode ter papel fundamental em quebrar um pouco esta rotina. É bem verdade que ele terá que agir com uma sutileza que muitas vezes falta ao gênero, pois uma palavrinha mal colocada “contra” a dedicação exclusiva aos rebentos poderá gerar uma catástrofe. Ainda assim, poderá ser a voz que no sábado à tarde (antes da babá sair de folga, é claro!) convida para uma escapadinha; aguenta esperar as crianças dormirem para abrir um vinhozinho; ou aproveita uma folga no meio da semana para um programinha adulto. Salvo raros momentos, tem que ser iniciativa dele, pois ela provavelmente está afogada na maternidade, seu melhor papel, e para o qual despende até a última gota de energia.

As dificuldades que surgem para os casais com a chegada dos filhos tem várias causas, dizem os especialistas. Vão desde mudanças financeiras pelo aumento das despesas até à diminuição da intimidade pelo tempo dedicado aos pequenos. Em geral são unânimes em dizer que há falha na comunicação, que ao longo do tempo o diálogo entre as partes tende a se esvaziar. Num primeiro momento isto é natural, mas ambos precisam estar atentos para a retomada do seu casamento. O sexo é parte importante nesta equação, muitas vezes negligenciado em função do cansaço e da correria. Mais uma vez entra em cena a comunicação; o casal precisa encontrar uma forma de manter-se conectado de verdade, e transformar o momento em que a família cresceu para fortalecer ainda mais o amor, até porque filhos são a prova viva de que se está cada vez mais unido. Ninguém está dizendo que é fácil, contudo é um exercício diário que parte do reconhecimento da situação. Conflitos vão sempre existir e a solução deles também, desde que estar junto valha a pena, que o casal se ame e se respeite. Os filhos não devem ser culpados por estes conflitos, nem se ver envolvidos nestas disputas, pelo contrário, devem desfrutar de uma convivência saudável entre os pais que só vai ser alcançada se os adultos aprenderem a se dividir entre as suas diversas atribuições.  E depois, os filhos crescem e não se pode perder fases preciosas de suas vidas. Crescendo mais um pouco dará aos pais mais oportunidades de ficarem algum tempo sozinhos. Não precisa pressa, a vida é assim mesmo, só não vale se descuidar um do outro.

Quanto aos Backyardigans e ao cocoricó, divertem adultos e crianças juntos. É um prazer ver brotar o sorriso naquele rostinho e sentir aquele olhar de cumplicidade genuína. São estes momentos que dão a força necessária para correr atrás de nossos sonhos e continuar a manter a chama acesa, afinal uma relação que gerou frutos de tamanha riqueza vale todo empenho.


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