domingo, 9 de outubro de 2011

FELICIDADE ÀS NOSSAS CRIANÇAS

                                          Toda Criança Quer - Palavra Cantada

Datas comemorativas, em que pese o apelo comercial embutido na sua grande parte, são momentos de reflexão. O Dia das Crianças, dia de Nossa Senhora Aparecida, considerada padroeira do Brasil, excelente oportunidade para pensar na construção da  felicidade que se deseja a elas.


No hábito de dar presentes nesta data se encerra o tal apelo comercial, despejando em todos os meios de comunicação centenas de brinquedos de todos os tipos (e não importa que se esteja no reduto dos canais por assinatura). São novidades que encantam até adultos, de forma que os pequenos tornam-se alvos fáceis. Para os adultos resta uma sensação de que são reféns, e muitas vezes com um certo prazer já que as crianças iluminam o olhar quando recebem o tão sonhado presente. Se não é possível trilhar caminhos à margem de costumes tão enraizados em nossa sociedade, pode-se usá-los em favor de um jeito diferente de criar nossas crianças, priorizando o ser em detrimento do ter.

Trata-se de uma tarefa árdua nos tempos de hoje, pois, como diria Saramago, “a humanidade esqueceu-se de ser porque ser dá trabalho, demanda pensamento, dúvida”. Tudo é tão acelerado, com a informação correndo nas ondas da internet e o consumo crescendo de maneira tão voraz. Parar um pouco para estimular habilidades pessoais de caráter cognitivo é como nadar na contra-corrente; ensinar que todos somos iguais, que a beleza vai além do exterior que se vê, que é importante se colocar no lugar do outro, a importância da cooperação e viver a vida com paixão. Não se trata de pregar o eremitismo de total desprendimento, até porque as crianças precisam estar preparadas para o futuro, com conhecimentos e vivências para alcançar seus objetivos. É importante dar acesso às coisas instigantes e interessantes, falar outras línguas, conhecer lugares e refinar o gosto. A questão é manter em primeiro plano valores como amor, respeito, lealdade e amizade. Este tipo de educação, que forja o ser humano íntegro, precisa estar acima da corrida (lícita, diga-se de passagem) para torná-los competitivos na vida.  

Pequenas atitudes já modificam a forma de viver esta época, seja estimulando a doar brinquedos que já não usam, seja ensinando a não ser perdulário, mostrando o valor do dinheiro e orientando a escolha consciente do que consumir. Requer tempo e persistência, requer exemplo, o que atinge cada pai e cada mãe que comunga de desejos de felicidades para suas crianças.  Então, que em mais esse Doze de Outubro se consiga mais que dar os presentes, estar presente. Que estar presente signifique caminhar junto e construir alicerces sólidos para adultos plenos.

2 comentários:

  1. Pois é, Sula, esse apelo comercial é terrível! Temos mesmo que proteger os nossos do consumismo, do "querer ter".Presenteai com consciência! Nono

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  2. Que insight, irmão! Presenteai com consciência é uma frase que me soa providencialmente dúbia; consciência ao dar e dar consciência. Valeu.

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