sábado, 5 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


O dia 8 de Março foi escolhido como Dia Internacional da Mulher; e adotado pela ONU para lembrar as suas conquistas sociais e econômicas, bem como a discriminação ainda hoje presente nas várias sociedades. Teve origem na Rússia, numa época em que se estava contratando a mão de obra feminina em massa e as mulheres lutavam por “Pão e Paz” – contra as péssimas condições de vida e contra a entrada de seu país na Primeira Guerra Mundial. A data é o dia que, em 1857, operárias de uma fábrica americana fizeram uma greve por melhores condições de trabalho, redução da jornada de trabalho e equiparação com os salários dos homens (chegavam a receber um terço deste).   A manifestação foi reprimida com tal violência, que as tecelãs foram trancadas e a fábrica incendiada, provocando a morte de mais de uma centena de mulheres.

Este dia precisa ser lembrado, mais que isso comemorado, dada a sua importância. Muito foi feito pelas gerações de mulheres que nos antecederam; foram às ruas, deram “a cara à tapa”, queimaram soutiens em praça pública e hoje é possível experimentar a mudança. É por conta deste passado que se conseguiu uma inserção expressiva das mulheres no mercado de trabalho, mulheres ocupam uma posição familiar de maior poder de decisão (até porque com as mudanças no âmbito do trabalho houve ascensão no seu poder aquisitivo e muitas famílias passaram a ser chefiadas por elas). É também fruto deste passado o voto feminino, a possibilidade de ter mais e mais mulheres nos três níveis de poder e aqui no Brasil a inédita eleição de uma mulher para a Presidência da República.

Infelizmente o dia não merece lembrança apenas pelas conquistas, que apesar de não terem sido poucas, de forma alguma encerram a questão. Ainda hoje se luta pela equiparação salarial – por que motivo mulheres e homens em cargos semelhantes recebem uma média salarial diferente? Com o mundo globalizado se expõe cada vez mais as mazelas um dia ocultas, não sendo mais possível olhar apenas as questões mais próximas – mulheres ao redor do mundo ainda são inferiorizadas, mutiladas e castigadas por não terem o devido respeito aos seus “senhores”. O problema não é só criar leis, sem tirar sua importância (a exemplo da brasileira Lei Maria da Penha), mas mudar a mentalidade, e isto sim têm sido uma luta árdua.

Entre conquistas e lutas, no século XXI as mulheres se encontram numa verdadeira encruzilhada emocional – se por um lado é muito bom ter vez e voz, tomar as rédeas do seu destino também significou correria, jornada de trabalho tripla, múltiplos interesses, tudo em oposição àquela vidinha boa de ficar tricotando, decorando a casa, ensinando novas receitas para as amigas, cuidando das flores, estando presente na rotina das crianças, e pra falar a verdade, com domínio completo sobre a vida dos homens. Sem falar que os homens, revoltados, além de confusos (com tanta revolução feminina), resistem em mandar flores e abrir a porta do carro. E agora? Pedir as contas? Parar o trem, pois a gente quer saltar?

Longe de ter a resposta, seguimos tentando acertar, com apenas uma certeza: não vamos encampar uma guerra dos sexos; não é disso que se trata. Precisamos nos manter unidos por uma sociedade mais bacana, com mais oportunidades para todos, e para isso somos todos aliados.  Mulheres querem brigar pelo seu espaço, mas também ser cuidadas; deixar os homens fazendo o papel de “macho” da relação, mas sem querer “domar” o sexo oposto. Enfim, queremos poder ser e ter tudo. E porque não?

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