sábado, 24 de julho de 2010

CONTRA O AMOR

Calma! Este é apenas o titulo de um livro que acabei de ler. Para comprá-lo passei por cima de algumas angustias internas, pois minha referencia era de um conhecido que concluiu com a leitura que amor e casamento não combinam. Pensei estar totalmente fora daquilo que acredito. Será que é tão convincente a ponto de desestruturar minhas crenças nesta área? Meu casamento é suficientemente firme para tolerar esta leitura? Vou expor feridas escondidas? Dei uma balançada. 

Por outro lado, se as coisas são realmente sólidas, vou ter que suportar a simples opinião da autora. Aqui cabe nota sobre a mesma, Laura Kipnis, PhD em psicologia, conhecida por instigar o leitor a refletir sobre dogmas, polêmicas e tabus.  Para os que apreciam assuntos complexos e polêmicos é sempre uma grande oportunidade.  

Depois de muito papo cabeça, a autora escreve neste livro sobre as barreiras impostas pela sociedade que sonegam ao ser-humano o livre direito de amar em sua total plenitude. Versa sobre uma suposta contradição entre o amor e o casamento, constatando que o primeiro por essência é livre e o casamento, nos moldes concebidos por nós ocidentais, exige fidelidade. Partindo desse pressuposto, o casamento seria um terreno fértil para o adultério.

Eu, aqui com meus botões, respirei aliviada por não me sentir abalada. Até concordo que o amor é um sentimento que liberta, e que de várias formas o casamento prende, mas não deve ser visto como uma prisão de fato, portanto quando o livre amor bate asas, é hora de partir para outra. E se o amor se foi, não quer dizer que não deu certo, pois citando mais uma vez o inesquecível Vinicius de Moraes, “que não seja imortal posto que é chama, mas que seja eterno enquanto dure”.

No fundo o livro representa a indignação com os desestimuladores índices de divórcios e separações de casais, antes apaixonados e felizes, mas frustrados após o casório. Enaltece o amor adolescente, a paixão juvenil e todo o frescor que deve ser cultivado na rotina de um casal.  O respeito à individualidade de cada um e o amor-próprio também devem ser mantidos, e não a perda de identidade da mulher ou do homem, como geralmente acontece. ( Pelo visto volto ao Diário da Multimulher, de forma recorrente acabo voltando por ser tema também recorrente nas conversas entre todas as mulheres)Encontro mais respostas positivas ao meu questionamento anterior – há vida após o casamento? Termino minha leitura em paz.

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