Calma! Este é apenas o titulo de um livro que acabei de ler. Para comprá-lo passei por cima de algumas angustias internas, pois minha referencia era de um conhecido que concluiu com a leitura que amor e casamento não combinam. Pensei estar totalmente fora daquilo que acredito. Será que é tão convincente a ponto de desestruturar minhas crenças nesta área? Meu casamento é suficientemente firme para tolerar esta leitura? Vou expor feridas escondidas? Dei uma balançada.
Por outro lado, se as coisas são realmente sólidas, vou ter que suportar a simples opinião da autora. Aqui cabe nota sobre a mesma, Laura Kipnis, PhD em psicologia, conhecida por instigar o leitor a refletir sobre dogmas, polêmicas e tabus. Para os que apreciam assuntos complexos e polêmicos é sempre uma grande oportunidade.
Depois de muito papo cabeça, a autora escreve neste livro sobre as barreiras impostas pela sociedade que sonegam ao ser-humano o livre direito de amar em sua total plenitude. Versa sobre uma suposta contradição entre o amor e o casamento, constatando que o primeiro por essência é livre e o casamento, nos moldes concebidos por nós ocidentais, exige fidelidade. Partindo desse pressuposto, o casamento seria um terreno fértil para o adultério.
Eu, aqui com meus botões, respirei aliviada por não me sentir abalada. Até concordo que o amor é um sentimento que liberta, e que de várias formas o casamento prende, mas não deve ser visto como uma prisão de fato, portanto quando o livre amor bate asas, é hora de partir para outra. E se o amor se foi, não quer dizer que não deu certo, pois citando mais uma vez o inesquecível Vinicius de Moraes, “que não seja imortal posto que é chama, mas que seja eterno enquanto dure”.
No fundo o livro representa a indignação com os desestimuladores índices de divórcios e separações de casais, antes apaixonados e felizes, mas frustrados após o casório. Enaltece o amor adolescente, a paixão juvenil e todo o frescor que deve ser cultivado na rotina de um casal. O respeito à individualidade de cada um e o amor-próprio também devem ser mantidos, e não a perda de identidade da mulher ou do homem, como geralmente acontece. ( Pelo visto volto ao Diário da Multimulher, de forma recorrente acabo voltando por ser tema também recorrente nas conversas entre todas as mulheres). Encontro mais respostas positivas ao meu questionamento anterior – há vida após o casamento? Termino minha leitura em paz.
Amor e casamento combinam sim. E amo estar casado com você.
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