domingo, 17 de junho de 2012

SUSTENTABILIDADE – O QUE VOCÊ TEM COM ISSO?


Nesta semana em que ocorre a Rio+20, conferência mundial sobre o meio ambiente, que leva esse nome por seguir o racional da conferência intitulada Eco92 (ocorrida também no Rio de Janeiro há 20 anos), borbulham discussões sobre as questões ambientais e temas correlacionados. Dentre estes, o tema sustentabilidade é sempre recorrente, às vezes parecendo algo bem distante, conversa de ecochato ou ecoxiita, ou até mesmo palavrório governamental sem conteúdo. Deste ponto a questionar o que de fato cada indivíduo tem com isso é um pulo. Talvez esse seja o ponto crucial para toda e qualquer mudança: conhecimento. E o questionamento é de onde se origina todo conhecimento.

O termo sustentabilidade foi alcunhado pela primeira vez em 1987 pela norueguesa Gro Brundtland, e é descrito como “suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades.” Equivale a dizer que o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades do presente não pode comprometer as gerações futuras, por isso, mais do que nunca, pensar em sustentabilidade é pensar nos filhos e netos, pois o aumento da população mundial e com ela o consumo exagerado, faz com que efeitos deste mal uso de recursos naturais chega cada vez mais precocemente. E não há como apostar que se trata de falácia. Aos olhos de todos está a escassez de água, os racionamentos de energia elétrica e as mudanças climáticas. A sustentabilidade se faz com três pilares; o social, o ambiental e o econômico, e portanto não adianta pender radicalmente para um deles; é preciso que os três convivam em harmonia e lucrem com as ações para que estas sejam consideradas sustentáveis. Conclui-se então que não se trata de uma guerra entre os setores citados, querer barrar o desenvolvimento das economias mundiais, e sim planejar-se para fazê-lo de maneira a manter o equilíbrio entre as partes.

Vinte anos se passaram e muita coisa não saiu do papel, muito ficou apenas no campo das idéias, mas a mentalidade das pessoas com certeza mudou, e hoje mais e mais cidadãos comuns se preocupam com as questões do meio ambiente em sua vida cotidiana. Ações concretas podem não ter acontecido no volume e velocidade desejados, contudo percebe-se um movimento francamente positivo, a exemplo do Código Florestal brasileiro, que a parte as controvérsias e polêmicas, além do jogo de interesses, revela uma mudança genuína de pensamento. Houve recente campanha que ficou conhecida como “Veta , Dilma!”, para tentar sensibilizar o poder público a vetar questões que foram modificadas na câmara, o que para os militantes ambientalistas viria a favorecer enormemente os latifundiários. Depois de passar pelo gabinete da Presidência da República algumas coisas foram de fato vetadas, não se alcançou a satisfação de todos os segmentos, mas enfim é um documento. Firma compromisso com um tema urgente. O site g1.com.br publicou recentemente diagrama a seguir, bastante esclarecedor do que representa este código florestal e do que foi vetado pela Presidência da República.







Quando se fala no uso dos recursos naturais com responsabilidade refere-se a preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais. Segundo o engenheiro escocês Michael Shaw, “o pico do uso do petróleo está nos levando a uma cultura de sustentabilidade, na energia, na produção de comida, nos transportes e na forma com lidamos com nossos resíduos”. Esta cultura, se introspectada, fará cada indivíduo mudar seu modo de agir, desde dentro dos lares até o consumo consciente, passando por exigir de seus legisladores e governantes tal tipo de compromisso. Atitudes como fechar as torneiras enquanto escova os dentes ou se ensaboa, apagar as luzes dos cômodos que não estão sendo usados, trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes (são um pouco mais caras, mas têm maior durabilidade e economizam até 60 % de energia), verificar o consumo o baixo de energia dos eletrodomésticos, dá destino correto ao lixo, pilhas e baterias de celulares, verificar a procedência daquilo que compra (usar papel reciclado e objetos de madeira de reflorestamento são formas de diminuir a necessidade de extração de recursos naturais) e racionalizar o seu transporte são formas de dar uma contribuição individual ao processo.

Além desse manejo do uso direto dos recursos naturais através da racionalização dos mesmos, há um ponto delicado nos dias de hoje, de consumo desenfreado; o consumo consciente. O Instituto Arayara, que mantém um portal com sugestões para se pensar a sustentabilidade (http://www.sustentabilidade.org.br), destaca importante trecho sobre este tópico -  “a sustentabilidade está relacionada aos modelos dos sistemas de produção e de mercado, que respondem livremente às demandas da sociedade. Havendo procura, haverá oferta. Portanto, as escolhas do consumidor podem definir um caminho na direção de um modelo que devasta o meio ambiente e gera desigualdade social ou de um modelo mais harmônico com as leis da vida. Poucos se dão conta desta relação sistêmica e de sua responsabilidade individual na hora de escolher um produto qualquer”. 

Está respondido o que você tem com isso? 


Nenhum comentário:

Postar um comentário