domingo, 3 de maio de 2015

SOU A FAVOR DA CENSURA (AUTOCENSURA)



Verdade que muitos de nossos posicionamentos são relativos. Mas verdade também que alguns comportamentos são obviamente inapropriados, principalmente quando diz respeito ao convívio social. O que dizer a uma criatura que não tem o menor bom senso em suas colocações? A melhor resposta é aquela que não se dá? Com a falta de noção da dita é bem possível que ela nem entenda suas entrelinhas.

Se for o preconceituoso típico, aquele que ninguém suporta, menos complicado para lidar; dele se espera tudo. Agora as pessoas com quem convivemos até bem e que vira e mexe "derrapam", requerem um pouco mais de estratégia ou mesmo cuidado para serem rechaçadas. Fato que vivemos numa sociedade preconceituosa por essência; racismo, machismo, homofobia, gordofobia e tantos outros preconceitos, o que é por demais empobrecedor. Entendo que não é fácil livrar-se destas amarras tão entranhadas. Entendo que no final somos frutos de um meio que direta ou subliminarmente nos ensina certos preconceitos. Contudo a gente cresce, o mundo vem mudando e a globalização nos aproxima de toda a diversidade que nele existe, sendo primordial convivermos bem e sobretudo com respeito.

Nessa tentativa de fugir das tais amarras é fundamental perceber que o preconceito vem sim disfarçado e de várias maneiras, vem muitas vezes velado. Escamotear o preconceito com o humor, por exemplo é bem comum; aquela piadinha de que "tá tudo preto" ou "onde comprou tinha pra macho?" não tem mais espaço para ser compartilhada! Ela é uma atitude negativa de quem a tem e ofensiva a quem ouve, seja o interlocutor negro ou branco, hétero ou gay, pois no fim nos arrasta a todos para a o não saber lidar com as diferenças, para o desrespeito ao próximo e para a reafirmação de comportamento que deveria nos repugnar. Pode parecer exagerado, ou que nada tenha haver com você, mas em maior ou menor medida o preconceito acaba por se revelar. E lembre-se que esse preconceituoso cria filhos preconceituosos e dessa forma perpetua uma situação já tão ingrata (ou de onde será que o menino ouviu "sai da frente, macaco!"). Mais um motivo para ficarmos atentos aos pequenos atos muitas vezes tão carregados de preconceitos, bem como à discriminação escancarada (essa sujeita a penas previstas por lei).


Por essas e outras sou a favor da autocensura! Abaixo a liberdade de falar a besteira hipócrita que lhe vier à mente. De volta (nunca nos afastemos) a máxima de que seu direito termina quando acaba o do outro. Vamos pensar um pouco se o que estamos soltando aos quatro ventos ofende ao outro. E é hora de responder diretamente àquela criatura desprovida de bom senso, fazer ela entender que seu comportamento é inaceitável, afinal outra máxima que também não se perdeu, "quem cala consente",  vem bem ao encontro, não despropositadamente, da célebre frase de Martin Luther King "o que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons".

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