sábado, 22 de junho de 2013

MÉDICO: PRODUTO DE IMPORTAÇÃO


E ela achou que resolveria o problema com o mais novo produto de importação. Deve estar mesmo “bolada”. Ora, se o problema é a concentração de médicos nos grandes centros , deixando os recantos mais distantes ao “Deus dará”, este precisa ser analisado, em detrimento de medidas paliativas tidas como emergenciais, até porque, produto de importação ou não, pelos mesmos motivos, migrará também.

Importar médicos não é idéia genuína do nosso executivo e pode ser uma forma excelente de intercambio de idéias e crescimento científico. Já foi reproduzido antes em outros países, com alguns exemplos de boa prática e de boa integração, contudo o que se vê é, que como tudo, o exagero e a intempestividade deixa a população mais carente em sério perigo, um verdadeiro cavalo de Tróia. Um estudo no Reino Unido, país com grande experiência no assunto (de cada dez médicos no país, quatro são estrangeiros), mostra que 63% dos médicos que tiveram o registro cassado em 2007 eram estrangeiros, o que é atribuído a dificuldades na comunicação com os pacientes e desconhecimento da legislação do país.

Se cogitar a modalidade de importação já é em grande medida questionável, Trazer médicos sem validação do diploma e sem proficiência no idioma é um absurdo. Lembra aquela história de “medicina de rico para rico, medicina de pobre para pobre”. Uma medicina digamos de segunda classe que se designa aos mais carentes, a título de ser temporário e emergencial.

Obviamente não se pode ignorar a escassez de profissionais nas cidades do interior. Vale ressaltar que a questão não é apenas a distribuição, mas também o número total. No Brasil são 17,6 médicos para cada 10 mil habitantes, número bastante inferior a países mais desenvolvidos (na Áustria esse número chega a ser quatro vezes maior). Ainda assim, a simples importação, sem que se resolva nossos problemas cruciais como as condições de trabalho nestas cidades pequenas, o atrelamento do trabalho do profissional médico à política local, a falta de um plano de carreira e melhores salários. A despeito do número total de médicos formados, a concentração nos grandes centros é o que mais preocupa e distorce o cenário – há uma disparidade urbano/rural e também de regiões do país; no Sudeste são mais médicos proporcionalmente do que no Maranhão, por exemplo, além de 397 municípios brasileiros não terem sequer 1 médico residente. Se as condições de trabalho para o atendimento no serviço público já são aviltantes nas capitais, imagina no interior. E para os profissionais vindouros também não se vislumbra um horizonte dos mais afáveis. Por conta disto já se vez alusão até aos navios negreiros, uma vez que o médico estrangeiro terá que trabalhar onde e quando o governo determinar, com registro temporário de trabalho e a salários definidos ao bel prazer do nosso executivo.

No final das contas repete-se um vício crônico no “Reino da Brasilândia”; atuar paliativamente no efeito, sem encarar de frente as causas, até porque aí o “buraco é mais embaixo”. Ainda não presenciamos o governo capaz de expor a ferida e cortar na própria carne. A tentativa de trazer médicos aos lotes, sem sequer revalidação de títulos é mais um capítulo nessa novela –  tentativa do caminho mais fácil, sem estar preso ao Revalida, o que considera burocrático e rigoroso.

E ela continua achando que resolverá o problema...

Um comentário:

  1. Minha amiga querida.... vc é uma pessoa que está nesse meio e pode sim avaliar, como o fez com tanta sabedoria...... que pena que a presidente não vai ler o que vc escreveu, mesmo porque ela nem ai, ela fez como certos medicos fazem tb.... dão só paliativos e não vão firme ao âmago da doença, é como vc mesma disse teria sim de avaliar essa possibilidade, pois dai vai tudo virar um caos e meio, pois esses medicos sem avaliação, sem falar nossa lingua, vão fazer o que/? com um SUS falido, sem recursos, só o que tem muito e muito são os doentes!!!!!!!!!!!!!!!!, e esses com o andar da carruagem vão batendo as botas cada x mais, aqui em JAU temos um só hospital pra atender nossa cidade e região, o outro é só Hospital de Cancer, e tendo um outro hospital desatrvado aqui, e cujo donos são tres medicos, o nosso atual ´prefeito que ganha 19.000,00 por mes, fez do predio antigo do hospital São Judas Tade uma repartição da prefeitura, e paga aos tres donos só 45.000,00 de reais por mes.......... esperar o que minha gente com mentes assim nocivas a sociedade?... medicos bons aqui?... nunca!!!!!!!!!!!! pro que o SUS paga?. e amiga a realidade é pior do que vc imagina que é..... o povo, os pobrs digas- de passgem quse que todos nos , temos que pagar a consulta pra ser atendidos numa emergincia, pois se de´pender no pronto socorro, .... o cara morre... é esse o nosso PAÍS!!!!!!!!!!!!!!!!!!! PARABENS PELO SEU TEXTO MAIS UMA X........

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